FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

06/06/2013

Com informações da Agência FAPESP

Por José Tadeu Arantes

Agência FAPESP – O professor emérito da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP) Rubens Guedes Jordão, de 94 anos, receberá, no dia 14 de junho, uma oportuna homenagem. Seu livro Máquinas Síncronas – contemplado com o Prêmio Jabuti de 1981 na categoria “Tecnologia” e considerado um clássico no ensino de Engenharia Elétrica – será relançado em nova edição, completamente revisada, renovada e com ilustrações coloridas.

A reedição foi coordenada pelo engenheiro eletricista Lucas Blattner Martinho, doutorando no Laboratório de Eletromagnetismo Aplicado da Poli/USP.

Titular da cadeira de Máquinas Elétricas até sua aposentadoria e diretor da Poli no período 1972-1976, Jordão também foi diretor administrativo da FAPESP de 1977 a 1986. No ano em que assumiu a Diretoria Administrativa, a FAPESP mudou-se de sua antiga sede, na avenida Paulista, para a atual, na rua Pio XI, em São Paulo.

“Os livros do professor Jordão, entre eles Máquinas Síncronas, resultaram dos cursos ministrados por ele ao longo de sua extensa atuação como docente na Escola Politécnica”, disse Blattner Martinho à Agência FAPESP.

“Máquinas síncronas nada mais são do que os geradores elétricos, empregados na grande maioria das usinas produtoras de eletricidade, desde as grandes hidrelétricas até as centrais nucleares, passando pelas unidades termelétricas convencionais. São conversores eletromecânicos de energia, na medida em que tomam a força e o movimento de um fluido e entregam energia elétrica”, afirmou.

“No livro, são discutidos aspectos da construção e do desempenho desses dispositivos, sua operação quando conectados aos grandes sistemas de transmissão de energia e seu regime transitório de funcionamento”, acrescentou.

Origem no interior

Jordão nasceu em Tatuí, interior de São Paulo, em 6 de julho de 1919. Sua família, por ambos os lados, possuía fortes vínculos com a história da cidade. Tatuí foi fundada em terras doadas por seu trisavô paterno, proprietário de fazendas no interior do Estado e amigo pessoal do imperador D. Pedro I.

O avô materno de Jordão, fazendeiro e industrial empreendedor, foi o criador da Companhia Luz e Força de Tatuí, que abastecia a cidade e as redondezas com energia gerada em hidrelétrica que mandou construir em sua fazenda, banhada pelo rio Sorocaba.

Transferindo-se para a capital paulista, onde completou seus estudos, Jordão, desde o ginásio, tinha certeza sobre sua vocação para a engenharia. Mais do que isso: sabia que queria ser “engenheiro mecânico eletricista da Escola Politécnica de São Paulo”, como declarou em entrevista em 2003. Este e muitos outros dados biográficos podem ser acessados no site da Escola Politécnica em: www3.poli.usp.br/pt/a-poli/historia/galeria-de-diretores/202-prof-dr-rubens-guedes-jordao.html.

No curso preparatório para a Poli, Jordão manteve contato com o então jovem Abrahão de Moraes, que viria a se tornar diretor do Instituto Astronômico e Geofísico (hoje Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas) da USP.

Na Poli, teve aulas com Giacomo Albanese (Geometria Analítica e Projetiva), Telêmaco Van Langendonck (Resistência de Materiais) e Francisco Emygdio da Fonseca Telles (Medidas e Máquinas Elétricas), entre outros professores famosos do período.

Ainda estudante, e em companhia do colega Oswaldo Fadigas Fontes Torres, também futuro diretor da Poli, Jordão estagiou na seção de Aeronáutica do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), o que criou condições para que ambos viessem a obter brevês para pilotar aeronaves civis e planadores.

Formado, após estagiar em Nova York, nos Estados Unidos, Jordão assumiu o posto de engenheiro na seção paulista da Control Instrument, empresa norte-americana que fabricava equipamentos para a Marinha brasileira. Mas logo se entediou com a rotina de trabalho e, atendendo a convite do Instituto de Eletrotécnica anexo à Politécnica, iniciou sua longa e bem-sucedida carreira acadêmica.

Na direção da Poli, criou condições financeiras para viabilizar a dedicação dos docentes ao ensino e à pesquisa em tempo integral. Aposentado, continuou ativo intelectual e fisicamente, praticando atividades como mergulho e caça submarina em Ilhabela e Ubatuba. Apenas há poucos anos trocou outro hobby, a pilotagem de planadores, pelos simuladores de voo em seu computador pessoal.

“Durante a preparação do livro para a reedição, por várias vezes me reuni com o professor Jordão na Escola Politécnica para discutir detalhes da obra. Em todas estas ocasiões, sempre admirei a prontidão com que ele deixava sua residência e vinha ao meu encontro dirigindo seu automóvel, após combinarmos previamente pelo telefone. O professor Jordão participou ativamente desta reedição redigitando texto, refazendo ilustrações em seu computador e corrigindo imperfeições”, disse Blattner Martinho.

O relançamento de Máquinas Síncronas ocorrerá no dia 14 de junho de 2013 na livraria Fnac do bairro de Pinheiros, praça dos Omaguás, 34, São Paulo, a partir das 19h.

Título: Máquinas Síncronas 
Autor: Rubens Guedes Jordão 
Lançamento: 14 de junho de 2013 
Preço: R$ 99 
Páginas: 238

Mais informações:www.grupogen.com.br/ch/prod/vit/11952/216796/3430/0/maquinas-sincronas.aspx#descricao 
 

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