FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

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Engenharia ou Medicina? Profissional formado na Poli-USP pode atuar na conexão entre as áreas

Disciplinas de graduação visam habilitar futuros engenheiros para desenvolver tecnologias na área da saúde

Por Tainah Ramos

A engenharia é o plano de fundo para o funcionamento de múltiplas áreas, desde um canal de televisão até uma bolsa de valores. Com a área da saúde não é diferente, por isso, a Escola Politécnica (Poli) da USP possui iniciativas para aproximar a engenharia e a medicina durante os cursos de graduação. 

Por meio de uma base curricular inter e multidisciplinar, a Poli oferece uma disciplina optativa e um módulo de um ano, composto por 11 disciplinas, cujo objetivo é formar profissionais capacitados para atuar na Engenharia Biomédica. Um coringa para desenvolver essas iniciativas é a proximidade com a Faculdade de Medicina (FM) da USP, em que professores da FM dão aulas na Poli.

A área de saúde demanda inovações que só são possíveis reunindo conhecimentos e competências interdisciplinares. Uma convergência entre as Engenharias, Arquitetura e Design, elaborando projetos para resolver problemas do mundo real trazidos por colaboradores da Medicina”, afirma a professora Roseli de Deus Lopes, uma das docentes responsáveis pela disciplina optativa “Desenvolvimento de Soluções Médico-Hospitalares“. A disciplina, ativada em 2018, não tem pré-requisitos e pode ser cursada por alunos da Poli, da Faculdade de Medicina, do Instituto de Ciências Biológicas, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo e da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. São oferecidas, ao todo, 63 vagas no primeiro semestre de cada ano desde sua ativação.

Roseli destaca que além da disciplina reunir professores de dois departamentos da Poli, de Engenharia de Produção e de Sistemas Eletrônicos, e da Faculdade de Medicina da USP, ela pode ser um passo para aqueles que querem empreender nesse ramo. “É um excelente começo para gerar soluções inovadoras na área saúde, porque há contato com desafios do mundo real trazidos por parceiros deste campo. Os alunos têm a oportunidade de criar e prototipar soluções médico-hospitalares, bem como abrir caminho para transformá-las em produtos inovadores.” Por exemplo, no decorrer do curso, os estudantes são preparados para desenvolver competências de trabalho em equipes interdisciplinares com métodos de BioDesign.

No último ano  de graduação na Poli, o aluno deve optar por uma especialidade, escolhendo entre cerca de 40 opções de módulos que correspondem a uma espécie de especialização, em que  são cursadas disciplinas em dois semestres, voltados para uma área específica de atuação. Entre esses, a Poli oferece o módulo “Tópicos de Engenharia Biomédica”, com a atuação dos departamentos de engenharia de telecomunicações e controle, mecânica, mecatrônica e de sistemas eletrônicos.

O módulo possui onze disciplinas, das quais os alunos devem escolher seis. São oferecidas anualmente 35 vagas, 15 para alunos da grande área de Elétrica, 15 para alunos da grande área de Mecânica e cinco para os demais cursos da Poli. Algumas disciplinas, individualmente, seguem as regras gerais da USP e podem receber alunos de outros cursos da universidade.

O professor e coordenador do módulo Sérgio Furuie, do Departamento de Engenharia de Telecomunicações e Controle, explica que todos estes departamentos estão envolvidos para atender ao principal objetivo, que é oferecer a formação complementar e as ferramentas necessárias para o desenvolvimento da engenharia biomédica. “O caráter multidisciplinar é um grande destaque desse módulo, porque é uma aplicação abrangente, principalmente na área médica, apesar  desta ser bastante vasta. Abordamos, por exemplo, a aplicação da engenharia eletroeletrônica, com docentes de biomecânica, processamento de sinais e imagens”, detalha o docente. 

Internacionalização em bioengenharia – A Poli e a Faculdade de Medicina firmaram, em maio de 2019, uma parceria com a Universidade do Minho, de Portugal, para desenvolver pesquisas em conjunto, em especial, com o Grupo Engenharia e Medicina Regenerativa. Confira a visita aqui.

Fonte de imagens: Pixabay

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