FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

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Antonio Morassi aborda o comportamento das teias de aranha para apresentar técnicas dinâmicas de identificação de danos em edifícios

Acontece no dia 24 de janeiro, na Poli-Santos, a palestra  “Dynamic methods for damage detection in structures”. O palestrante, Antonio Morassi, possui uma linha de pesquisa que busca identificar danos em estruturas a partir das respostas vibracionais geradas quando elas são estimuladas. O evento acontece às 10h, é gratuita e aberta ao público.  

“Pretendo abordar o uso de técnicas dinâmicas com o fim de identificar danos em edifícios altos”, resume Morassi, que se dedica há décadas a estudos sobre os problemas inversos. “Um problema direto pode ser comparado a uma equação que resolvemos na escola: o professor nos dá os parâmetos para que encontremos as soluções. Os problemas inversos não seguem essa lógica. Com eles, é o contrário: a partir de um pedaço da resolução da equação, fazemos o caminho inverso a fim de encontrar alguns parâmetros que a definiram”, resume ele.

Segundo o professor, titular da universidade de Udine, na Itália, as aranhas se utilizam do mesmo processo inverso para identificar a posição da presa quando esta cai em suas teias. “Elas conseguem definir onde a presa está pelas vibrações transmitidas pela teia a partir das coordenadas iniciais. O comportamento dessa estrutura – a teia – pode nos dar pistas sobre o comportamento de outras estruturas.”

Para entender melhor o desempenho das teias de aranha, Morassi vem desenvolvendo uma pesquisa conjunta com o professor Alexandre Kawano, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), que visa que visa compreender como uma aranha pode identificar univocamente a posição da presa a partir de medidas do movimento dinâmico da teia. São estruturas que apresentam um sistema mecânico complexo, pois além de compostas por material biológico e leve, são altamente resistentes a intervenções externas como a chuva e o vento. “O professor Morassi é uma referência mundial na área de problemas inversos e tê-lo conosco é um privilégio”, diz Kawano.

A pesquisa, fruto da bolsa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) de número 2017_07189-2, busca responder questões que há muito intrigam os cientistas. “Sabe-se, atualmente, que a teia é capaz de transmitir informações sensoriais provocadas por estímulos externos. Graças a isso, a aranha é capaz de identificar, sem sair do lugar, quando um inseto fica preso em sua teia: as ondas mecânicas se propagam pela estrutura até chegarem a ela. Contudo, não se sabe ao certo qual tipo de informação o animal assimila para diferenciar a vibração causada por uma presa da vibração causada pelo vento, por exemplo. Esperamos que o estudo busque auxiliar a resolução dessas e outras perguntas.”

Segundo Morassi, o modelo que as duas instituições estão produzindo é inédito, uma vez que considera variáveis que não haviam sido estudadas pela literatura anterior. “Os modelos numéricos existentes da teia de aranha consideram apenas uma dimensão da estrutura. Nesse novo modelo, estamos levando em conta a bidimensionalidade da teia”, explica, ressaltando as aplicações práticas do estudo.

“Além dos avanços no campo da biologia, podemos levar em conta o estudo do mecanismo que faz com que o aracnídeo identifique a posição exata da presa. Isso pode ter inúmeras relações com a área militar”, exemplifica. “Na área de biomédicas, o estudo do material da teia também é interessante, já que se trata de um material biológico”.

Palestra: Dynamic methods for damage detection in structures

Palestrante: Antonino Morassi

Local: Poli-Santos (Praça Cel. Narciso Andrade, s/nº, Vila Matias) prédio Cesário Bastos

Data: 24/01/2018

Horário: 10h00

Inscrições no formulário.

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