POLI 130 ANOS

Tradição e modernidade

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Especial 130 anos

Conheça o conjunto das antigas instalações da Escola Politécnica da USP

Antes de ocupar o campus universitário da USP no Butantã, a Poli se instalava em um conjunto de edifícios perto da Avenida Tiradentes, no Bairro Bom Retiro

O bairro do Bom Retiro, localizado no centro, é conhecido por ser um símbolo da moda de São Paulo, com diversas lojas de roupas e tecidos. Quem anda pelas ruas do local passa, às vezes mesmo sem saber, por um conjunto de histórias e culturas diferentes, devido às ondas de imigrantes vindos de inúmeros países, buscando refúgio, trabalho ou apenas uma oportunidade de recomeçar. No Bom Retiro foi onde portugueses, italianos, japoneses, coreanos, libaneses, turcos, sírios e russos fizeram seu lar. A Poli também compartilha uma história com o bairro: as primeiras instalações da Escola Politécnica costumavam funcionar onde atualmente se encontram o Arquivo Histórico Municipal e o Centro Paula Souza, em frente à Praça Coronel Fernando Prestes. 

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 O agrupamento de prédios que costumava abrigar a Poli, hoje, faz parte do patrimônio histórico do Estado de São Paulo. A Escola, vista como um marco para a urbanização e industrialização da cidade, foi criada em 1893 e, um ano depois, começou a funcionar no Palacete Fidélis Nepomuceno Prates, posteriormente conhecido como Solar do Marquês de Três Rios. O prédio, anos mais tarde, foi bombardeado durante a Revolução de 1924, quando a cidade foi atacada pelas tropas federais leais ao presidente Artur Bernardes. 

Com a expansão de suas atividades, a Escola passou a ocupar outros edifícios no mesmo quarteirão, um do lado do outro, que podem ser facilmente visitados passando pela calçada. 

No dia 2 de março de 1899, a Poli se expandiu para mais um prédio, o Paula Souza, que recebeu o nome em homenagem ao primeiro diretor da Instituição. Construído ao longo de quatro anos, em um terreno de 1295 m², o projeto foi feito por Ramos de Azevedo, também um dos fundadores da Politécnica. O local, concebido especificamente para a Poli, incluia laboratório de pesquisa, auditórios, oficinas didáticas e parte da administração. Ao lado, foram construídos dois pavilhões. O esquerdo era ocupado pelo Gabinete de Resistência dos Materiais, que foi transformado em Laboratório de Ensaios de Materiais e, por fim, deu origem ao Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). À direita, funcionavam as oficinas de carpintaria e trabalho em ferro e outros metais.

O Estado de São Paulo, em nobre referência, denominou seu sistema de ensino tecnológico, com as ETEPs e FATECs, de Centro Paula Souza, e a primeira sede foi instalada nos prédios da “Poli velha”, onde permanece até os dias atuais. O espaço, portanto, segue carregando uma história atrelada à educação.  

Fachada original da planta do Edifício Paula Souza [Reprodução/FATEC-SP].

O próximo grande edifício a ser erguido para as atividades da Escola Politécnica, em 1920, foi o Ramos de Azevedo, que passou a ser sede do Arquivo Histórico Municipal de São Paulo a partir dos anos 2000. A construção era conhecida por ser o prédio da Eletricidade. “É uma casa ampla e rigorosamente acabada, elegante o quanto permite o fim que lhe destina, de andar superior, térreo e porão, com jardim a frente e amplo pátio nos fundos”, contava o Correio Paulistano na inauguração. 

O Arquivo Histórico é aberto ao público e realiza visitas guiadas, que perpassam pelas antigas estruturas e histórias da Escola, quase como uma viagem no tempo. Na experiência, é possível conhecer as antigas salas de aula e outros espaços estudantis. 

Auditório preservado onde as aulas costumavam ocorrer [Imagem: Arquivo Pessoal]

Escritos deixados nas mesas pelos antigos alunos [Imagem: Luana Takahashi/Comunicação da Poli-USP]

Vitral em homenagem à profissão de engenharia [Imagem: Luana Takahashi/Comunicação da Poli-USP]

No ano de 1938, os edifícios Oscar Machado e Hipólito Pujol foram levantados e, em 1944, o Edifício Rodolfo Santiago, no lugar dos pavilhões do prédio Ramos de Azevedo, primeira edificação da Escola. 

Mudança para a Cidade Universitária 

Com o Decreto Nº 6.283, do dia 25 de janeiro de 1934, o interventor do Estado de São Paulo, Armando de Salles, criou a Universidade de São Paulo, da qual a Escola Politécnica passou a fazer parte. “Em face do grau de cultura já atingido pelo Estado de São Paulo, com Escolas, Faculdades, Institutos, de formação profissional e de investigação científica, é necessário e oportuno elevar a um nível universitário a preparação do homem, do profissional e do cidadão”, justifica no documento. Além da Politécnica, outros 9 institutos foram integrados à USP. 

O pesquisador Caio Dantas, do Instituto de Estudos Avançados da USP, em seu artigo sobre a história da fundação da Universidade, escreve que o planejamento teve início em 1935, aproximadamente um ano após a criação da USP, quando Armando de Sales Oliveira designou uma Comissão para estudar a localização de uma área para abrigar o campus. Na mesma década, começa timidamente um processo de transferência de alguns departamentos. No entanto, foi a partir de 1960 que maiores investimentos na infraestrutura foram feitos e a maioria dos institutos fizeram sua mudança. Algumas unidades não foram transferidas para o novo espaço, como é o caso da Faculdade de Direito do Largo São Francisco e a Faculdade de Medicina da USP. A inauguração oficial da Cidade ocorreu em 1968.

Dantas ainda explica que “a Escola Politécnica tinha quatro décadas de história quando foi criada a Universidade de São Paulo. Seus prestígio e influência já estavam consolidados nos campos da engenharia, da arquitetura, da tecnologia e também na política e na administração públicas”.

Monumento de Ramos de Azevedo 

Andando pela Cidade Universitária, há vários monumentos de destaque e arquiteturas que nos chamam a atenção. Uma das estátuas que mais se destaca é o Monumento Ramos de Azevedo, em homenagem póstuma a Francisco de Paula Ramos de Azevedo, que foi essencial para a arquitetura e urbanismo de São Paulo. Localizado próximo à Escola Politécnica e ao Instituto de Pesquisas Tecnológicas,  o monumento pesa 22 toneladas e possui 25 metros, além de ser símbolo do progresso e vitória. 

Em 1934, foi instalado na Avenida Tiradentes, mas devido ao crescimento da metrópole, e com as obras do eixo norte-sul da linha 1 do Metrô acabou sendo desmontado e encostado em um barracão no Liceu de Artes, onde está a Pinacoteca. No ano de 1972, a estátua encontrou um lugar para ser acolhido, na Universidade de São Paulo, onde permanece até hoje. Assim como a Escola Politécnica, o conjunto escultórico passou por uma transferência do Bairro Bom Retiro para o Butantã, carregando anos de história.

Monumento Ramos de Azevedo [Imagem: Reprodução/Demonumenta USP]

Escola Politécnica
Universidade de São Paulo

Expediente

Reitor: Carlos Gilberto Carlotti Junior
Vice-reitor: Maria Arminda do Nascimento Arruda
Escola Politécnica da USP
Diretor: Reinaldo Giudici
Vice-diretor: Sílvio Ikuyo Nabeta

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