
O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) aprovou a criação do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia INCT-FoRC: Interseccionalidade entre biodiversidade de plantas, produção sustentável de alimentos, biotecnologia e saúde humana. O INCT-FoRC será sediado no Centro Especial de Pesquisa e Inovação em Alimentos (CEPIx-FoRC), da Universidade de São Paulo (USP). A proposta foi contemplada na chamada que aprovou a criação de 121 novas redes multi-institucionais e interdisciplinares dedicadas à investigação científica em temáticas estratégicas, com suplementação de recursos do FNDCT e das FAPs.
O novo instituto reunirá pesquisadores de quatro unidades da USP — Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF), Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA), Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) e Escola Politécnica (EP) —, além de colaboradores de outras universidades e centros nacionais e internacionais.
Na Escola Politécnica da USP, integram a equipe os professores Carmen C. Tadini e Jorge A. W. Gut (LEA – Laboratório de Engenharia de Alimentos), Luiz A. Kulay (GP2 – Grupo de Prevenção da Poluição) e Moises Teles dos Santos (GEP2B – Grupo de Engenharia de Processos e Produtos em Biorrefinarias). Os docentes atuarão no desenvolvimento de processos e produtos, além da análise de impactos socioambientais, áreas nas quais já acumulam reconhecimento internacional.
Com abordagem holística “farm-to-fork-to-gut” (do campo para a mesa para a digestão), o INCT-FoRC pretende integrar diferentes áreas do conhecimento para promover o uso sustentável da biodiversidade vegetal brasileira. Os objetivos incluem o desenvolvimento de tecnologias inovadoras para alimentos equilibrados e saudáveis, o fortalecimento de cadeias produtivas, a melhoria da qualidade de vida de consumidores e produtores, além da formação de recursos humanos especializados e da geração de conhecimento científico e tecnológico.
O instituto atuará em três plataformas interconectadas:
1) Estudos biológicos e sustentáveis da biodiversidade vegetal, com foco na identificação e caracterização de compostos funcionais em espécies alimentícias;
2) Processos biotecnológicos aplicados a produtos e subprodutos alimentícios, priorizando novas tecnologias sustentáveis;
3) Impactos econômico-socioambientais e educação no uso sustentável da biodiversidade, voltados à capacitação de pequenos produtores e disseminação de boas práticas.
Segundo os organizadores, o INCT-FoRC também pretende fomentar inclusão social e sustentabilidade, apoiando práticas de economia circular, parcerias estratégicas e transferência de conhecimento e tecnologia para a sociedade.
O projeto terá financiamento de cerca de R$ 10 milhões do CNPq, majoritariamente destinado a bolsas de pesquisa em diferentes níveis.