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A exploração de 242 depósitos minerais na Reserva Nacional de Cobre e Associados (Renca) abrange parte de 9 unidades de conservação federais e estaduais, entre as divisas do Pará com o Amapá. Se sua implantação for aprovada, pode implicar no desmatamento de 183km² de floresta amazônica para a instalação de minas. Por meio de análises da história da ocupação de terras no norte da Amazônia, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e de Queensland, na Austrália, concluíram que a perda de vegetação nativa decorrente da construção de estradas associadas às minas pode ser de 40 a 60 vezes maior que o causado pelas próprias minas. 

“Os impactos indiretos, que se acumulam no tempo, não costumam ser avaliados nos licenciamentos e nos processos de abertura de novas minas”, observa a engenheira ambiental Juliana Siqueira-Gay, gerente de projetos do Instituto Escolhas e autora principal do estudo com esses resultados publicado em julho na revista científica Nature Sustainability. “A abertura de novas estradas para atender as minas na Amazônia pode ainda favorecer o avanço ilegal do garimpo, da extração de madeira e da grilagem, além de urbanização descontrolada.” Siqueira-Gay percorreu a região da Renca em 2019 como parte de seu doutorado, concluído em julho de 2021 na Escola Politécnica (Poli) da USP.

Leia a matéria da revista Pesquisa Fapesp na íntegra.

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