Nascido na pequena cidade Martinópolis e com 63 anos, Adalberto dedica-se à Biblioteca do Departamento de Engenharia de Minas e Petróleo como servidor técnico-administrativo da Escola Politécnica (Poli) da USP. Sua trajetória com a Poli teve início em 1987, quando começou a trabalhar como vigia predial. Em abril de 1989, Adalberto de Freitas passou em um concurso para atuar na biblioteca da instituição, e desde então, seus caminhos se entrelaçaram com os livros e com os alunos da renomada escola de engenharia.
Entre o Trabalho e a Vida Pessoal
Após se mudar para Carapicuíba, nos arredores da capital, Adalberto adaptou-se à vida na cidade grande. Em seu tempo livre, ele aprecia passeios com o filho, além de frequentar cinemas e teatros. “Mudei-me do interior em busca de melhores oportunidades de trabalho, pois as opções eram limitadas em minha cidade natal, onde as usinas de açúcar eram a principal fonte de sustento das famílias”, explica.
Em 2014, para um melhor arranjo da rotina familiar, seu filho passou a viver com ele, e conciliar a rotina profissional com a vida pessoal tornou-se um desafio. “A responsabilidade é enorme, e a cada dia é um desafio equilibrar meu trabalho com as tarefas domésticas e a atenção ao meu filho, que é minha maior alegria – preparar refeições, ajudar com a lição de casa e oferecer orientação constante. Apesar das dificuldades, me sinto vitorioso e fortalecido por toda essa experiência. Hoje, com 17 anos, meu filho e eu desenvolvemos uma conexão que vai além da relação parental, tornando-nos também grandes amigos. Sinto-me extremamente grato por ter a chance de amadurecer e crescer como ser humano ao lado dele.”
O bibliotecário Gilberto Martins, amigo de Adalberto e que atua na Biblioteca do Departamento de Engenharia Metalúrgica, reforça a importância da Poli em sua vida pessoal. “A Poli foi essencial para minha formação. Fiz muitos amigos e sou profundamente grato à Escola Politécnica e aos meus colegas Clélia e Adalberto.”
Nos últimos anos, a frequência nas bibliotecas tem diminuído, muitos alunos preferem realizar suas pesquisas online. “No passado, as bibliotecas estavam sempre lotadas e a organização era feita de forma totalmente manual, com cadastros em fichas. Hoje, a organização é digital e os métodos mudaram significativamente. Por isso, fico feliz sempre que vejo alunos frequentando a biblioteca”, comenta Adalberto.