FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

 

O engenheiro mecânico-eletricista e administrador de empresas Plínio Oswaldo Assmann morreu na madrugada de ontem, em São Paulo (SP). Ele construiu uma carreira de destaque em empresas como a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e a Companhia Siderúrgica Paulista (Cosipa, atual Usiminas), onde participou da construção e instalação da unidade e chegou à presidência. Também dirigiu a Associação Nacional de Transportes Públicos e o Metrô de São Paulo, inaugurando a Linha Norte-Sul (atual Linha 1 – Azul). O engenheiro tinha 91 anos.

Nascido em Piratuba (SC), Plínio mudou-se para São Paulo aos sete anos de idade. Formou-se em Engenharia Elétrica pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) em 1956. Sua atuação é considerada decisiva para o progresso do transporte público no Brasil, tendo liderado, como terceiro presidente da Companhia do Metropolitano de São Paulo, a implantação das linhas Norte-Sul e Leste-Oeste.

À frente na ANTP, Assmann contribuiu para avanços significativos na qualidade do transporte coletivo brasileiro. Pelo Instituto de Engenharia, foi agraciado com o título de “Eminente Engenheiro do Ano” em 2015.

Nei Eduardo Serra, ex-prefeito de Cubatão, relembrou sua convivência profissional e pessoal com Plínio Assmann. “Eu trabalhei com ele ainda como estagiário da Cosipa. Depois, como prefeito, o levei para a Prefeitura e o convidei para presidir a AD Cubatão, a Agência de Desenvolvimento de Cubatão. Ele desafiava as pessoas, sempre cobrando resultados e promovendo uma gestão transparente”.

O ex-prefeito compartilhou uma experiência marcante durante um seminário sobre segurança do trabalho na Cosipa. “Eu era do quadro de carreira da empresa. A Cosipa, á época, sofria uma quantidade muito grande de acidentes de trabalho e nesse seminário discutimos esse assunto com mais de 500 pessoas. Ele perguntou a todos qual era a quantidade de acidentes aceitável para a empresa. Uns responderam 50, outros 60 e, quando ele me perguntou, eu respondi, zero. Ele virou para mim e disse: ‘Então, a partir de hoje, você é o chefe de segurança da empresa’. E eu tive que assumir”.

Para Nei Serra, Plínio Assmann foi um exemplo de seriedade e comprometimento. “É uma grande perda para o Brasil. Ele foi um grande brasileiro, um excelente engenheiro, administrador e homem público. A Cosipa e o País devem muito ao legado que ele deixou”.

O sepultamento ocorreu no dia 28 de maio, em São Paulo.