FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

Uma das grandes preocupações dos alunos do Cooperativo é a de não conseguir aproveitar as experiências que os estudos acadêmicos podem trazer a eles, como por exemplo os  intercâmbios, com os períodos de estágio intercalados a cada quadrimestre. Porém, isso não quer dizer que esses trabalhos não possam trazer conhecimento e oportunidades inigualáveis. Lucas Lázaro, estudante de Engenharia da Computaçãoparticipou de um estágio na empresa Taqtile em Seattle, Estados Unidos, em 2013, e conta como ter ido para o exterior o ajudou a ganhar independência e experiência de vida.

Em 2012, Lucas estava em seu terceiro ano de graduação quando começou a estagiar na empresa brasileira Indigo, na área de desenvolvimento de aplicativos. Em 2013, a empresa unificou-se à americana Taqtile. Com isso, veio a oportunidade de levar brasileiros aos Estados Unidos para trabalhar em projetos, dando a chance de terem uma experiência fora do Brasil. Porém, ainda era necessário entender como funcionaria o processo. Com a intenção de fazer um teste, a empresa decidiu levar uma pequena equipe durante o período de setembro a dezembro. Assim, o chefe de desenvolvimento brasileiro resolveu levar Lucas, que possuía características importantes para participar do projeto: realizava um bom trabalho, tinha boa relação interpessoal no ambiente profissional, disposição em ir para o exterior, além da flexibilidade de vida por estar na posição de estagiário.

Em Seattle, o grupo trabalhou no desenvolvimento de um aplicativo para ser usado por empresas em análise de dados de utilização pelo usuários (analytics). Com esses dados, que iriam desde análises de perfil até de localização por GPS, a empresa poderia mandar notificações específicas para o público alvo em questão. A formação em Engenharia da Computação foi de grande utilidade, já que, segundo ele, foi necessária para dar base ao que ele aprendia mais especificamente durante o trabalho. Lucas conta que na prática realmente entende-se muito melhor a aplicação da teoria. Como trabalhava em desenvolvimento de softwares, ele cita o que aprendeu em engenharia, organização e manutenção de sistemas como os temas de mais úteis durante esse processo.

Lucas, porém, afirma que não foi apenas o conhecimento técnico que ele leva da experiência. O que ele destaca foi aprender a ter independência em assumir responsabilidades: ao precisar tomar decisões em cada passo do processo, ele não podia mais contar com a certeza de que seu chefe verificaria absolutamente tudo, pois estava confiando nele, o que ensinou-lhe a ter mais convicção em seu próprio trabalho. Lucas diz também que a quebra de preconceitos e a imersão em uma cultura diferente foi algo valioso. Elogia a cidade de Seattle dizendo que todos eram bem receptivos e educados, além do local apresentar uma cultura e variedade marcantes. Aprimorar o inglês também foi uma das coisas que fizeram a viagem valer a pena pra ele, principalmente se tratando do vocabulário profissional.

Lucas agora faz intercâmbio pelo projeto Ciência sem Fronteiras na Goldsmiths da University of London no Reino Unido, e conta que, em um dos cursos de verão de que tem participado, está fazendo algo parecido com o trabalho que realizou na Taqtile.

Ele ressalta que o desânimo que muitos estudantes demonstram para com estágios é desnecessário e que, com esforço, tanto profissional como na manutenção de boas relações no espaço de trabalho, é possível alcançar grandes oportunidades. Lucas relembra a frustração de não ter conseguido um intercâmbio pela USP quando estava no segundo ano da graduação, mas afirma que viveu um experiência tão rica quanto ao viajar pela empresa. Segundo ele, um estágio pode sim trazer crescimento e amadurecimento muito valiosos para toda a vida, basta saber aproveitar as oportunidades dadas.

Com informações da Jornalismo Júnior, por Júlio Viana

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