FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

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Tarde do primeiro dia da Semana de Recepção ao Ingressantes é marcada por palestras das Comissões da Poli

A Escola Politécnica (Poli) da USP realizou virtualmente, no dia 14 de março, das 14h às 17h, a tarde do primeiro dia da Semana de Recepção aos Ingressantes. No evento, foram apresentadas as informações acadêmicas e o projeto de tutoria “Estou na Poli”, além de apresentações de representantes da Comissão de Ética e da Comissão de Relações Internacionais, que abordaram as possibilidades de intercâmbio acadêmico. 

Palestra sobre informações acadêmicas

O evento foi iniciado com falas sobre informações acadêmicas presidida pelos professores Antonio Carlos Seabra, presidente da Comissão de Graduação da Poli, e Augusto Camara Neiva, presidente da da Comissão do Ciclo Básico. O professor Seabra destacou aos alunos que sempre apreciem a beleza da USP, e que agora como universitários os ingressantes terão uma vida com mais autonomia e responsabilidade, visto que a Poli apresenta diversos desafios para seus estudantes, mas também é um ambiente acolhedor e que possui várias formas de apoiar os discentes, como o Grupo de Acolhimento – o qual será apresentado ao longo da Semana de Recepção.

O docente explicou que cada curso possui uma Comissão Coordenadora de Curso (CoC), formada por professores e representantes dos alunos. A Comissão tem a responsabilidade de colaborar com os alunos, os quais devem contar o CoC do seu curso em caso de dúvidas ou problemas em disciplinas.

O professor Neiva apresentou as atividades previstas para o segundo dia da Semana de Recepção, que acontece na terça-feira, de acordo com a Programação. Ele também mostrou as disciplinas que os ingressantes irão cursar e ensinou como os calouros podem obter informações sobre o Ciclo Básico, o núcleo comum – disciplinas que todos os ingressantes estudaram no seu primeiro ano na Poli – e como descobrir a sua turma.

Além disso, explicou que os alunos têm 3 semanas de prova no semestre, e que neste período não há aulas. No primeiro ano, segundo o docente, as aulas costumam acontecer no Prédio do Biênio, porém algumas disciplinas são ofertadas em outros locais.

Palestra da Comissão de Ética

O professor Giorgio Francesco C. Tomi representou a Comissão de Ética em uma palestra, na qual abordou como fomentar as contribuições da Poli para a sociedade e o trabalho da Comissão. Durante o painel, ele ressaltou alguns conceitos como Alma Matter e o Ecossistema Poli. Segundo o docente, a Poli é a Alma Matter dos ingressantes, ou seja, ela é a base da carreira que os ingressantes irão trilhar. O ecossistema Poli é o conjunto de toda a comunidade de alunos, professores, pesquisadores e funcionários da Poli, além de prédios, cursos, laboratórios, convênios e atividades desenvolvidas. Este ecossistema tem o propósito de ajudar e contribuir com a sociedade, por meio da formação de profissionais, criação de projetos e busca de soluções para a população.

Tomi explicou que a Comissão de Ética é um grupo de representantes do Ecossistema da Poli – professores, funcionários e alunos – que busca entender todo o ecossistema e seus problemas de relações entre os membros da Escola. Ele salientou que o Conselho não toma decisões, mas aconselha e recomenda a diretoria em suas demandas. O professor finalizou convidando os ingressantes a cuidarem e manter a Alma Matter Poli.

Após a sua fala, o docente abriu um espaço para os alunos enviarem suas dúvidas. Entre as questões respondidas pelos professores Tomi e Seabra, eles explicaram que a forma de contato com a Comissão de Ética pode tanto ser feita pela Ouvidoria em sigilo ou em um contato direto com os membros da Comissão – os contatos dos representantes estão disponíveis no site da Poli, nesta mesma página do site, há informações sobre conduta ética e o Código de Ética da USP.

Além das questões éticas e da Comissão, os questionamentos abordaram temas como as mentorias que acontecerão presencialmente em 2022, e os acompanhamentos psicológicos que são oferecidos pelo Grupo de Acolhimento. Os ingressantes também perguntaram o que agrega em suas vidas acadêmicas e profissionais a participação de entidades e grupos de extensão. Segundo Tomi, participar de entidades e atividades extracurriculares, como o Grêmio e a Comissão de Ética, é muito importante para os estudantes se sentirem membros da Alma Matter Poli, e fazerem a diferença na Escola. Seabra explanou que provavelmente no próximo ano as atividades extracurriculares serão convertidas em créditos para o histórico acadêmico dos estudantes, e destacou a importância de participar dessas atividades para contribuir com a sociedade.

Ao final, o professor Tomi relatou sobre um dos casos da Comissão de Ética, no qual os alunos solicitaram a criação de banheiros neutros em todos os Departamentos da Poli. Ele deu os parabéns e as boas-vindas aos ingressantes e desejou energia para eles viverem essa nova fase.

Palestra com a Comissão de Relações Internacionais

A palestra com a Comissão de Relações Internacionais (CRInt) da Poli foi apresentada pelos professores Marcio Lobo Netto e Fernando Josepetti Fonseca, presidente e vice-presidente da CRInt, respectivamente, que abordaram sobre as oportunidades de internacionalização na Escola Politécnica.

O professor Fernando Fonseca afirmou que as oportunidades de internacionalização não devem excluir ninguém e que todos os alunos, independente de questões financeiras ou de linguagem, têm o direito e a oportunidade de participar da internacionalização.

O presidente da CRInt, professor Marcio Lobo Netto, explicou que no âmbito da USP a organização responsável pela internacionalização é a Agência USP de Cooperação Acadêmica Nacional e Internacional (AUCANI), e que a CRInt coordena todo o processo de internacionalização dentro da Poli. A Comissão realiza acordos com outras universidades para enviar alunos politécnicos para intercâmbio, e receber alunos estrangeiros; seleciona por meio de editais e processos seletivos estudantes para intercâmbios e auxilia os discentes politécnicos e estrangeiros durante os processos de internacionalização.

Durante o painel, foram apresentados os diferenciais em fazer intercâmbio, como experiência internacional durante a Graduação, a oportunidade de viver em uma cultura e sociedade diferentes, de criar um networking internacional, conhecer novas visões sobre a engenharia, desenvolver a capacidade de se inserir em novos ambientes e aprender a conviver com o diferente.

Segundo Lobo, na hora de participar de um intercâmbio internacional, os alunos podem escolher as universidades, programas e disciplinas que desejam cursar no exterior, enquanto, muitas vezes, na grade acadêmica da Poli, essas escolhas são menos amplas, assim, em um intercâmbio, os alunos se tornam protagonistas de suas próprias carreiras e futuros.

O docente salientou que para realizar um intercâmbio é preciso ter planejamento e preparo, visto que as oportunidades de internacionalização são um prêmio conquistado por um bom desempenho acadêmico. Por isso, é preciso que os estudantes se esforcem, estudem e tenham engajamento em atividades extraclasse. Em relação a isso, o Lobo Netto aconselhou que os ingressantes tenham atenção no primeiro semestre da graduação, porque é um período de adaptação e que exige foco nos estudos, por isso é importante não tente fazer várias atividades e entrar em diversos grupos já no início, e acabar se sobrecarregando, além de que os estudantes terão muito tempo durante seus anos na Poli para fazer tudo que têm interesse.

Os alunos precisam ter capacidade de se comunicar no idioma em que o curso será lecionado. Atualmente, muitas universidades estrangeiras exigem apenas o inglês, e não a língua oficial do País. As informações sobre os idiomas e o nível de proficiência exigidos podem ser encontrados nos editais de intercâmbios da CRInt ou AUCANI e nos sites das Universidades estrangeiras. O CRInt e a AUCANI seguem o nível de proficiência exigido pelas Universidades parceiras, porém, quando não há uma exigência, esses órgãos recomendam o nível B2.

Neste período de preparação, é recomendado que os interessados busquem conhecer as diversas opções de intercâmbio; conversar com colegas intercambistas, com que já fez um intercâmbio e com os membros da CRInt; conhecer as escolas parceiras, cursos e disciplinas das universidades internacionais e procurar as que possuem características de interesse do aluno. O estudante deve pensar quanto tempo deseja ou dispõe para ficar no exterior, se possui recursos financeiros e como pode obtê-los, pois a Universidades parceiras não cobram taxas nem mensalidades, todavia o aluno deve ser custear os seu gastos para morar no exterior ou conseguir uma bolsa.

As escolas francesas parceiras oferecem as bolsas de estudo Eiffel, Brafitec, Erasmus e bolsas das fundações das próprias escolas. A AUCANI também distribui bolsas por mérito acadêmico para estudos de todos os institutos da USP. Segundo o professor Márcio Lobbo, a AUCANI planeja incluir a questão socioeconômica na avaliação das concessões de bolsas.

Os intercâmbio também são importantes para a carreira dos politécnicos, principalmente para quem deseja trabalhar no exterior ou com atividades internacionais, já que o mercado de trabalho está cada dia mais globalizado. Além de que um intercâmbio possibilita que o estudante possa se especializar em uma certa área na qual há uma faculdade de ponta no exterior ou conhecer novas áreas que não são encontradas na Poli.

Para auxiliar os politécnicos nos processos de internacionalização, a CRInt realiza diversas palestras, encontros, apresentações e disponibiliza testemunhos para os alunos que têm interesse em fazer um intercâmbio.

O Escritório Politécnico Internacional (IPoli), instituição formada por alunos da Poli que se engaja na internacionalização, disponibiliza dicas e informações sobre intercâmbios e  auxilia intercambiadas. Além de realizar a Semana Internacional da Poli (SIPOLI), na qual ocorrem diversos painéis e palestras sobre a internacionalização.

A CRInt abre dois editais de intercâmbios por ano, um para Duplo Diploma (DD) e o outro para Aproveitamento de Estudos (AE). O edital para Duplo Diploma abre no segundo semestre, entre agosto e setembro, e o intercâmbio começa em setembro do ano seguinte. O DD é uma modalidade de internalização na qual o estudante passa 24 meses no exterior e conquista dois diplomas, um da Poli e outro da Universidade parceira. Nessa modalidade, o estudante cursa as mesmas disciplinas dos estudantes nativos por três semestres e, no último semestre, realiza o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).

Já o processo seletivo para o Aproveitamento de Estudos ocorre no primeiro semestre, entre fevereiro e março, e o aluno viaja em setembro do mesmo ano. O AE é uma modalidade de intercâmbio que dura de 4 a 12 meses e o estudante tem maior flexibilidade para escolher a sua grade de disciplinas, que deve ser aprovada pelo coordenador do curso da Poli e ter no mínimo 12 créditos USP de equivalência por semestre. No Aproveitamento de Estudos, os alunos não conquistam um segundo diploma, porém as matérias são todas acrescentadas no histórico escolar da USP.

O processo seletivo para os editais do CRInt pode ser dividido em quatro partes. A primeira é a avaliação do histórico escolar, no qual avaliam a média ponderada, a existência de reprovação, a eliminação de reprovação e a progressão de curso. O segunda é o Curriculum Vitae em que o aluno apresenta o que fez até agora na Poli, além das disciplinas obrigatórias. A próxima fase é o projeto profissional, um documento que o estudante explica o que pretende estudar no intercâmbio, e como isso vai agregar na sua carreira profissional. A terceira parte é a entrevista em português com os professores que compõem a CRInt. A quarta fase é exclusiva para os alunos que se candidataram para as escolas francesas, as quais entrevistam e realizam provas com os interessados. E, por fim, pode ser confirmado o processo de aceitação do aluno pela escola parceira.

Ao final da palestra, os professores abriram uma espaço para os estudantes sanarem suas dúvidas. Nesta rodada, os professores explicaram que os alunos devem observar com quais Universidade a Poli tem convênio, sendo que a maioria dos convênios é com escolas europeias, todavia há universidades parceiras no Japão e algumas poucas nos Estados Unidos. 

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