FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

Portaria publicada pelo reitor da USP instituiu parâmetros normativos para o uso da marca e do brasão da Universidade; órgãos centrais terão que se adaptar aos novos critérios em até seis meses

Com informações do Jornal da USPPublicado: 01/09/2023
A USP se comunica de várias maneiras e grande parte das mensagens que ela emite são visuais: “Pode ser pela foto do jornal na qual aparece a placa de uma unidade, pelo uniforme do funcionário que atende o público, pela pintura do ônibus que circula pelas ruas ou pela maneira de grafar a sigla USP no folheto de um evento”. Esse contexto fez parte de um estudo de 1996 sobre a identidade visual e da imagem institucional da Universidade, que já alertava para a necessidade de se fazer uma coordenação entre as mensagens visuais que a USP emite, pois existe “uma variação exagerada em sua linguagem gráfica”.

Para acabar com essa variação nas diversas iniciativas e materiais oficiais e fortalecer a imagem institucional da Universidade que foi eleita a 85ª melhor do mundo, o reitor Carlos Gilberto Carlotti Junior publicou uma portaria nesta quinta-feira, dia 31 de agosto, para instituir o Guia de Identidade Visual da USP, que contém os parâmetros normativos para o uso da marca e do brasão da Universidade. As orientações devem ser seguidas pelas Pró-Reitorias, Superintendências e demais instâncias da Administração Central, que têm 180 dias para de adequar aos novos critérios e normas gerais de aplicação da marca da USP.

O guia está disponível on-line neste link e será atualizado sempre que necessário. Os parâmetros não são obrigatórios para as Unidades de Ensino, Museus e Institutos Especializados, que podem utilizar as normas gerais do Guia de Identidade Visual como sugestões para a confecção de seus materiais, sem a necessidade de abandonar logotipos próprios.

Trabalho feito a várias mãos

Elaborado pela Superintendência de Comunicação Social (SCS) da USP, o Guia de Identidade Visual da USP é resultado do trabalho de várias pessoas que, desde o estudo da comissão de 1996 e do documento USP e sua identidade visual, vêm lembrando os gestores universitários da importância desse tema.

“A USP foi criada a partir de faculdades e escolas que já tinham suas próprias marcas, então ela desenvolveu essa tendência para criar marcas para as novas unidades que foram aparecendo. Mas os órgãos centrais precisavam ter um critério: uma Pró-Reitoria, por exemplo, não pode ter uma marca”, destaca Heliodoro Teixeira Bastos Filho, conhecido como Dorinho, professor no curso de Publicidade da Escola de Comunicações e Artes (ECA). Ele esteve na comissão de 1996 e, desde então, atuou como um guardião da marca USP, falando da questão da identidade visual em diversas ocasiões. Como Dorinho trabalha todos os anos com seus alunos na Campanha de Recepção aos Calouros, sempre esteve em contato com pró-reitores e buscou levar esse recado aos gestores.

Dorinho Bastos, professor da ECA USP – Foto: Divulgação/PRG USP

Dorinho critica a abundância de marcas dentro da Universidade e lembrou de um pedido que recebeu para fazer um logotipo para uma das bibliotecas da USP. “Não tem lógica criar um símbolo específico para cada órgão. Na ECA, por exemplo, não deixamos que os departamentos criassem suas próprias marcas porque é o nome da Escola de Comunicações e Artes e da USP que deve sobressair, o nome do departamento é um complemento que deve vir escrito embaixo.” Foi com essa reflexão que Dorinho apresentou na gestão anterior uma proposta de parâmetros para a USP, trabalho em que a SCS se baseou para fazer o guia que agora é implementado.

Símbolos que são patrimônio da Universidade: o brasão de armas e o logotipo criado em 1977

Outro professor que contribuiu para avaliar os critérios de identidade visual, e também esteve na comissão de 1996, é Chico Homem de Melo, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU). Ele acredita que a USP tem dois patrimônios em termos de identidade que são o brasão, por motivos históricos, e o logotipo, como trabalho de qualidade em termos de desenho gráfico feito em 1977. “É um trabalho que continua atual e respondendo perfeitamente enquanto sinal à necessidade de comunicação contemporânea”, diz.

“Entendemos que pelo caráter solene e histórico do brasão ele deveria estar vinculado às manifestações da Reitoria, entendida como uma unidade, e o logotipo teria uma difusão mais ampla e uma simplificação do seu uso porque ele tem uma grande potência que pode ser explorada enquanto identidade. Ela pode ser gerida cotidianamente com liberdade, sem grandes regramentos, mas com critérios mínimos”, explica.

 Chico Homem de Melo e João Sette Whitaker Ferreira, professores da FAU USP – Foto: Divulgação/ PRG USP

As ideias que embasaram o guia também utilizaram reflexões do diretor da FAU, o professor João Sette Whitaker Ferreira. Ele destaca a existência de marcas fortes que pertencem às unidades da USP e que acabam formando “bolhas” de identidade institucional, como no caso da própria FAU, que é conhecida entre os arquitetos, e da Esalq (a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), que é referência na área de agronomia. “Mas são marcas desconhecidas do público, ao contrário do nome USP, que as pessoas já conhecem mais. Mesmo no exterior, em seminários internacionais, as pessoas reconhecem a USP e não a marca das unidades.”

 Chico Homem de Melo e João Sette Whitaker Ferreira, professores da FAU USP – Foto: Divulgação/ PRG USP

Por isso, ele acredita que aos poucos as unidades devam dar mais destaque ao símbolo USP. “Ao unificar uma identidade para todos os órgãos administrativos já é um bom começo”, conclui.

Print Friendly, PDF & Email