Uma vida dedicada à Engenharia Civil e à Inovação Acadêmica: a trajetória de Ruy Marcelo de Oliveira Pauletti.
Atualmente Professor Titular na Escola Politécnica, destacou-se como uma referência em sua área devido aos seus notáveis méritos acadêmicos.
O Professor Ruy Marcelo de Oliveira Pauletti é um importante acadêmico e pesquisador na área de Engenharia Civil, com uma carreira notável marcada por contribuições significativas ao desenvolvimento e análises de estruturas complexas.
Sua pesquisa inicial focou nos problemas estruturais de máquinas para pesquisa e projetos de reatores de fusão termonuclear. Nos últimos 20 anos, direcionou seu interesse para tensoestruturas, como redes de cabos e membranas, integrando métodos numéricos para análise não linear de estruturas com design estrutural e arquitetura.
A transição de carreira do professor ocorreu devido ao seu crescente interesse por tensoestruturas, que iniciou durante seu doutorado com o Prof. Victor Souza Lima, focado em estruturas para reatores de fusão termonuclear. Durante seu tempo na Itália, ele desenvolveu análises não-lineares utilizando o método dos elementos finitos e criou seu próprio programa. A pedido do Prof. Paulo Pimenta, ele elaborou um modelo numérico de uma rede de cabos, o que resultou no desenvolvimento de um novo elemento finito capaz de representar o escorregamento dos cabos, um trabalho pioneiro na época que despertou seu interesse por tensoestruturas.
Este interesse se intensificou quando começou a lecionar sistemas estruturais na FAU-USP como assistente do Prof. Mário Franco. Com a conclusão de seu doutorado e o término do projeto do tokamak do IFUSP, ele enfrentou um dilema: mudar de país para continuar na área de engenharia de fusão termonuclear ou mudar de área de pesquisa. Ele optou por explorar as tensoestruturas, percebendo que esse campo era ainda incipiente no Brasil. Começou a estudar o projeto e análise de cabos e membranas e organizou o primeiro simpósio nacional sobre tensoestruturas em 2002, um evento marcante que deu origem a uma série de simpósios latino-americanos sobre o tema. Nesse ponto, ele estava totalmente envolvido com tensoestruturas e estruturas leves em geral, passando a oferecer uma disciplina de pós-graduação em engenharia de estruturas em colaboração com o Prof. Reyolando Brasil.
Além de sua carreira acadêmica, o Professor é uma pessoa dedicada à família e aos hobbies que se entrelaçam com sua pesquisa, como a construção de modelos estruturais com materiais simples e a prática de xadrez.
Contribuições em pesquisa, ensino e extensão
O professor defende que a engenharia desempenha um papel crucial no desenvolvimento da sociedade. “A universidade é uma instituição fundamental para a construção de uma sociedade mais próspera, madura e justa. Dentre as instituições nacionais, a USP e a Poli sempre se destacaram e continuarão a liderar este processo”, afirma Ruy.
Projetos de extensão são essenciais para a Universidade, principalmente para a Escola Politécnica. O docente afirma que o acervo de conhecimentos consolidados, e os novos conhecimentos, não podem ficar restritos aos muros da Universidade.
As contribuições de Ruy estão fortemente ligadas ao desenvolvimento das estruturas de membrana no Brasil, promovendo a disseminação do conhecimento e a formação de engenheiros e arquitetos. Segundo ele, a universidade deve ser cada vez mais aberta e inclusiva, reconhecendo méritos e promovendo talentos. “O amanhã se constrói hoje, com base em nossa realidade, nossos anseios e nossa história. A universidade é crucial para a construção de uma sociedade mais justa e próspera”, destaca o engenheiro civil.
Suas atividades de extensão estão intimamente conectadas a eventos técnicos. Ruy organizou o 1º Simpósio Latino-Americano sobre Tensoestruturas em 2002, que já teve outras sete edições, e fundou a Rede Latino-Americana de Tensoestruturas.
O impacto da Poli
Ruy Marcelo iniciou sua trajetória na Escola Politécnica (Poli) da USP com a missão de desenvolver projetos na área de fusão termonuclear, em colaboração com o Instituto de Física da USP. Após um período de estudos na Itália, ele retornou a São Paulo, onde foi convidado a se juntar à Universidade. O que começou como um projeto temporário rapidamente se transformou em uma paixão duradoura pela carreira acadêmica, e o professor desempenha um papel fundamental na formação de novos profissionais.
A Poli-USP simboliza o “Projeto Apolo” de sua vida acadêmica, reflete seu entusiasmo pela engenharia desde a infância. “Tornar-me professor titular da Poli foi como o primeiro passo de Neil Armstrong fora do módulo lunar”.
Inspirado por mentores como os Professores Bernhard Schrefler, Carmelo Majorana, Victor Souza Lima e Frei Otto, o professor continua a contribuir para a excelência da Poli-USP e para o avanço da engenharia no Brasil e no mundo.
Formação
Engenheiro Civil (Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 1983 e Universidade de Pádua, 1986). Especialista em Engenharia da Fusão Termonuclear Controlada (University de Pádua, 1986) Mestre em Engenharia Civil (Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, 1992). Doutor em Engenharia Civil (Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, 1994). Livre-Docente em Teoria das Estruturas (Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, 2003).
Disciplinas Lecionadas
Sistemas estruturais- Arquitetura e Urbanismo (FAU-USP) Ação do vento e manufaturas avançadas. (optativa) Estruturas leves- Engenharia Civil (Poli-USP)- pós-graduação
Prêmios
Honrado com o Tsuboi Award, pelo melhor paper publicado no Journal da IASS ( International Association for Shell and Spatial Structures) em 2018
Associações
É vice-presidente da IASS desde 2021, uma das principais associações técnico-científicas na área de interface entre a engenharia de estruturas, a arquitetura e o design estrutural ABMEC - Associação Brasileira de Métodos Computacionais em Engenharia É fundador e membro da Associação Brasileira de Mecânica Computacional
Projetos
Projeto de engenharia do TBR-E, um tokamak realizado em parceria com IFUSP, Unicamp e com o INPE. Projetista e consultor de grandes estruturas de membrana do país, como a Igreja Batista Central de Fortaleza, o Memorial dos Povos de Belém do Pará, o Mercado Aberto de Goiânia e o auditório do CENPES, no Rio de Janeiro.







