FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

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Em 2050, precisaremos ter oito planetas iguais a terra para dar conta das emissões atuais de CO2. Se a produção de cimento se mantiver no mesmo patamar de hoje, serão precisos outros três planetas. O mesmo se aplica para a demanda de madeira. Diante da impossibilidade óbvia de a terra dar conta desse consumo, a  eco-inovação, por meio do design de produto, será um dos caminhos para atingir mais rapidamente a sustentabilidade.

A opinião é de Tim MacAloone, da Universidade Técnica da Dinamarca, que falou sobre este assunto ontem (25/10), na 1ª Conferência USP sobre Engenharia, que está sendo realizada na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP), no campus da capital.

Especialista em design de produto, ele mostrou o que vem desenvolvendo nessa área na Dinamarca e nos Estados Unidos,  na Universidade de Stanford. Atuando há mais de 20 anos na área, MacAloone desenvolve trabalhos com diversas empresas. Para ele, o design de produtos sustentáveis tem pouco a ver com o aproveitamento de materiais, como sapatos feitos de pneus velhos ou cadeiras de garrafas pet.

Está mais relacionado com o desenvolvimento de uma lâmpada de bicicleta que não precisa de bateria (35% da população de Kopenhagem usa bicicleta como meio de transporte) ou de um motor de bomba que gasta pouca energia (15% da energia gasta no mundo decorre do uso de bombas elétricas).

A sustentabilidade não se limitaria ao produto. Deve ser aplicada em todo o ciclo de vida do produto. MacAloone trabalha esse conceito em workshops com as empresas interessadas, e desenvolveu uma metodologia específica para isso. O objetivo é introduzir o conceito de gestão ambiental no ciclo do produto, mudar a estratégia da empresa, que passa a ver a sustentabilidade como uma inovação (valor).

No ensino, é possível trilhar o mesmo caminho. Em Stanford, contou ele, o currículo em design de produto foi reorganizado de uma forma que informações viram conhecimento, experiência, competência e, por fim, expertise. Os alunos trabalham com uma gama ampla de projetos, desde aqueles relacionados a princípios básicos da área até problemas complexos envolvendo sustentabilidade, por exemplo. Para desenvolvê-los, eles precisam buscar as informações necessárias – algo que está alinhado com a grade curricular.  Ou seja, todos aprendem fazendo. Trata-se de uma metodologia de ensino transdisciplinar, formatada para abordar questões complexas.

Acadêmica Agência de Comunicação

 

 

 

 

 

 

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