FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

Premiação oferecida pela Associação de Engenheiros Politécnicos (AEP)

valoriza professores de destaque na Escola Politécnica.

A Associação dos Engenheiros Politécnicos realizou, no dia 24 de novembro, uma homenagem ao professor doutor Faiçal Massad, professor titular da Escola Politécnica (Poli) da Universidade de São Paulo (USP), no Departamento de Engenharia de Estruturas e Geotécnica (PEF). O professor Faiçal Massad possui graduação em Engenharia Civil pela Universidade de São Paulo (1965), Master of Science pela Harvard University (1969), com alguns cursos no MIT (Massachusetts Institute Of Technology) (1969); Doutorado (1978) e Livre Docência (1985) pela. Tem experiência na área de Engenharia Civil, com ênfase em geotécnica. Atua especificamente em obras de terra e enrocamento, fundações, escavações e mecânica dos solos e recebeu diversos prêmios e títulos de 1982 à 2011 na área de geotécnica e mecânica dos solos.

Estiveram presentes o diretor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), professor José Roberto Cardoso, o vice-diretor, prof. José Roberto Castilho Piqueira, o engenheiro e presidente da Associação dos Engenheiros Politécnicos (AEP), Kamal Mattar. Entre as autoridades presentes também estavam o Prof. Dr. Ivan Gilberto Sandoval Falleiros, diretor da Escola Politécnica entre 2006 e 2010 e atualmente professor titular, o Prof. Miguel Angel Buelta Martinez, professor titular do departamento PEF, o professor Dr. Vahan Agopyan, diretor da Escola Politécnica de 2002 a 2006 e atual Pró-reitor de pós-graduação da USP.

Durante a solenidade, o Prof. Paulo Teixeira da Cruz homenageou o professor Faiçal Massad. A apresentação está disponível no link http://issuu.com/ofitexto/docs/apresentacao-faical-massad.

 

Confira o discurso de agradecimento do prof. Faiçal Massad

“Me sinto muito honrado pela escolha do meu nome como professor do ano de 2011. Por que ser professor? Uma primeira resposta foi dada recentemente na dor da tragédia que se abateu sobre a professora Rosileide, que foi atingida por um aluno que depois se suicidou, um caso lamentável. O seu companheiro assim se manifestou, conforme notícia veiculada pelo Estadão, em 23 de setembro. ‘Preocupado com as constantes reclamações da esposa sobre o ambiente na escola, Hayakawo vinha tentando convencê-la a mudar de emprego. ‘Mas professor só dá aula no amor mesmo e ela ama dar aula.’’

Uma segunda possível resposta, por que ser professor, no meu entender, é para conhecer. Ao ensinar, ao transmitir conhecimento, o professor está aprendendo. Todos nós que damos aula sabemos disso. O objeto de conhecimento em qualquer área é inesgotável. Em certa ocasião, perguntaram-me se não me cansava de repetir ano após ano, e já se foram 45 anos, os mesmos conceitos básicos, as mesmas teorias. Respondi que na vida todos nós nos movemos em função das novidades. E para os cristãos, há aquelas belas palavras do evangelho, que até cantamos nas nossas igrejas, ‘Faço novas todas as coisas’, diz o senhor. Se Deus faz novas todas as coisas, é isso que nos move. E os professores tem um privilégio de estar sempre recebendo alunos novos, jovens, na maioria das vezes, ávidos por conhecimento, e é isso no fundo o que nos move. É fato que o ensino nos leva a percorrer caminhos já trilhados e a parar nas mesmas estações como coisa inevitável, tal como fala o famoso filósofo alemão Hegel, a propósito da aquisição da cultura, que deve ser feita pelo indivíduo, apesar de ela já ser de posse geral. No entanto, tudo é movimento, resultados obtidos em épocas anteriores podem abrir novos horizontes. É pensar o que já foi pensado em busca do impensado, e isto é muito gratificante. No meu caso, tem dado muitos frutos, gerado pesquisas cujos resultados tem sido divulgados ao meio técnico extra alunos da universidade. Nesse contexto, eu gosto que os alunos se manifestem em aulas, mesmo com perguntas aparentemente bobas. A esse propósito eu sempre faço questão de lembrar as equipes de inspeção de barragens existentes, que estão em operação nos Estados Unidos – aliás essa é uma atividade essencial em qualquer sociedade desenvolvida, para evitar tragédias. A essa atividade essencial são agregados jovens engenheiros com o objetivo de fazer perguntas bobas, essas perguntas podem dar o que pensar, romper paradigmas e vícios de especialistas. Então de propósito eles colocam esses jovens engenheiros para fazer essas perguntas. Para encerrar, gostaria de dizer breves palavras de agradecimento. Em primeiro lugar aos meus pais, nascidos no Líbano, mas brasileiros por adoção, que cedo colocaram os filhos para correr, apontando na direção dos estudos. E nós estamos correndo até hoje. Aos meus familiares, irmãs e irmãos, pelos constantes incentivos e apoio, em particular à minha irmã Deise, que por um tempo foi arrimo da nossa família. Aos primos e primas, em particular à minha prima, conselheira educacional da família desde os tempos embrionários de Marília, nossa cidade natal. À minha amada esposa Matilde, aos meus filhos José e Anselmo, que me ajudaram a ver os alunos com outros olhos. Aos meus professores, em quem busquei atalhos para buscar a verdade e os conhecimentos, permitiram-me subir em seus ombros para tentar enxergar mais longe. À Escola Politécnica da USP, aqui representada pelo seu diretor, prof. Cardoso, vice-diretor, prof. Piqueira, e ex-diretores aqui presentes, por ter propiciado que eu praticasse a engenharia, através de consultorias a projetos e à construção de obras civis, condição sinequanon para se ensinar engenharia. À AEP, pela homenagem que agradeço de coração. Ao tomar conhecimento dela, não pude deixar de lembrar as palavras de Jesus Cristo sobre o servo inútil, em Lucas, capítulo 17, versículo 10. ‘Assim também vós, quando fizerdes tudo o que vos for mandado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos somente o que devíamos fazer.’ Muito obrigado.”

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