FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

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O Programa Poli USP Recicla, por meio do Programa APRENDER da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão da USP, irá ajudar a Escola Estadual Renato de Arruda Penteado, do bairro da Freguesia do Ó, em São Paulo, a implantar um programa de gestão de resíduos similar ao adotado na Escola Politécnica.

O acordo foi formalizado ontem (30/8) com a presença, por parte da Poli, do diretor José Roberto Cardoso; do vice-coordenador do Poli USP Recicla, José Carlos Mierzwa, professor do Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental; do gestor do Programa de Gestão de Resíduos, Welson Barbosa Júnior; da assistente técnico de Pesquisa, Cultura e Extensão, Maria Inês Piffer; e de José Ivan Nunes Leite, membro do Poli USP Recicla e também professor da escola onde será implantado o programa. A escola estadual foi representada por sua diretora, Patrícia Farias, acompanhada de diversos professores.

Após a assinatura do acordo, o professor Mierzwa fez uma apresentação sobre o modelo de programa que será implantado na escola estadual. Por esse modelo, antes de executar qualquer ação, o programa terá uma etapa de capacitação e planejamento, de fundamentação e de delimitação da atuação. “Se essas etapas não forem seguidas, é grande a chance de o programa não ser bem-sucedido”, alertou.  “De nada adianta recolher toneladas de papel, por exemplo, se não há infraestrutura adequada para armazenamento nem meios regulares para sua destinação às usinas de reciclagem”, exemplificou.

Ter clareza das limitações também é importante para evitar frustrações. Ele exemplificou isso com o plástico. Embora seja reciclável, estima-se que somente 25% desse material sejam reaproveitados no Brasil. Isso porque a indústria de alimentos, grande produtora desse resíduo, só utiliza plástico novo para evitar problemas de contaminação. “É preciso fazer um diagnóstico correto da geração e destinação de resíduos, definir diretrizes e ações, e executar o programa com objetivos claros”, ressaltou ele, lembrando que a participação e integração de todos é tão fundamental quanto indicadores e avaliações periódicas do programa.

Modelo bem-sucedido – Segundo Welson Barbosa, hoje a Escola Politécnica é uma das pouquíssimas instituições de ensino no País que conseguem dar destinação adequada à maior parte de seus resíduos. Com um público circulante de 17 mil pessoas/dia, entre funcionários, professores e alunos, a Poli gera tanto resíduos perigosos, como lâmpadas florescentes, pilhas, baterias e resíduos de laboratórios, como materiais não perigosos – recicláveis ou não.

Desde que foi implantada a coleta de lâmpadas fluorescentes, em 2006, já foram encaminhadas para descontaminação mais de 25 mil unidades. Em quatro anos, já foram coletadas 3 toneladas de pilhas e baterias. Toners e cartuchos de tinta são retirados pelos fabricantes, num esquema de logística reversa. Já os aparelhos eletroeletrônicos são encaminhados para o Centro de Descarte e Reuso de Resíduos de Informática da USP, onde são reaproveitados. Os materiais recicláveis, por sua vez, são levados por uma cooperativa, em média 1,4 toneladas por semana. Já os resíduos de laboratórios – quase 15 toneladas acumuladas – serão em breve retirados por uma empresa  especializada neste tipo de descontaminação.

O aprendizado conquistado em quase seis anos de programa será transferido para a Escola Estadual Renato de Arruda Penteado. Segundo Maria Inês Piffer, o programa APRENDER disponibilizou bolsas para três estudantes de graduação da USP atuarem no programa. Sob a supervisão do coordenador do Programa, prof. Vanderley John, do Departamento de Engenharia de Construção Civil, de Mierzwa e de Barbosa, esses estudantes serão responsáveis por fazer a transferência do conhecimento adquirido na Poli, além de ajudar com ideias e propostas que facilitem a execução das ações. O programa terá duração de um ano. Seus resultados serão apresentados em um simpósio na USP. Para o diretor da Poli, a expectativa é que este programa seja bem-sucedido e possa ser replicado em outras escolas.

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