FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

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Chamado de resfriamento geotérmico, o sistema usa tubulações enterradas no subsolo para resfriar o ar e aumentar o conforto térmico.Consumo de energia é quatro vezes menor

Pesquisadores da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) estão implantando um sistema alternativo de resfriamento do ar interno de uma escola em construção, da região próxima ao Aeroporto de Viracopos, no município de Campinas. Para isso, são usados tubos de cerca de 80 centímetros de diâmetro, enterrados a cerca de 5 metros de profundidade, pelos quais o ar quente da atmosfera circula e se resfria, antes de ser distribuídos pelas salas de aula e outras dependências da escola. Chamado de Sistema de Resfriamento Geotérmico, o modelo também pode ser usado em residências.

Quem está à frente das pesquisas é o professor Alberto Hernandez Neto, do Grupo de Pesquisa em Refrigeração, Ar Condicionado e Conforto Térmico (GREAC), do Departamento de Engenharia Mecânica (PME). Ele explica que normalmente o termo geotermia está relacionado ao uso do solo como meio de aquecimento – e não resfriamento – e produção de energia por meio da geração de vapor, conhecido desde o início do século XX. Mas esse tipo de aplicação exige que sejam realizados perfurações em grandes profundidades, que podem chegar de 70 a mais 100 metros. “O solo em profundidades menores (de 3 a 5 m) apresenta, no entanto tem uma temperatura mais baixa ao longo do ano, variando de 18 a 21° C, em média”, explica.

É aí que entra a geotermia para o resfriamento de ambientes internos. “Este modelo é denominado sistema geotérmico de captações rasas”, explica Hernandez. “Vários tubos são enterrados no solo, cujo cumprimento total pode variar, chegando até a mais de 50 metros, dependendo do terreno e do tamanho da construção. Um grande ventilador capta e empurra o ar para dentro da tubulação. Ao circular pelos tubos, ele se resfria em algo entre 3 a 5 º C. Outros ventiladores, na saída, distribuem o ar mais fresco pelas salas e demais dependência da escola, residência ou outra construção qualquer.”

Hernandez faz questão de ressaltar, no entanto, que o uso de geotermia para resfriar ambientes não é um sistema de climatização, como os que empregam aparelhos de ar condicionado, pois não há controle da temperatura. “Mas ele resfria o ambiente e aumenta o conforto térmico das pessoas que ali estão”, diz Hernandez. “A grande vantagem está, no entanto, no seu custo de operação. Embora sua implantação seja mais cara que um ar condicionado normal, o seu consumo de energia é quatro vezes menor. Por isso, em pouco tempo ele se paga.” Para o país, também pode ser uma boa alternativa, como, por exemplo, em programas como o Minha Casa Minha Vida. Hoje, no total, cerca de 4,5%  do consumo de energia do Brasil é com ar condicionado.

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