FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

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Investimento em infraestrutura e hardware foi complementado por doações de software e licenças de uso que somam quase US$ 6 milhões

Nesta terça-feira (24/02), o curso de Engenharia de Petróleo da unidade de Santos da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) inaugura o seu Laboratório Integrado de Simulação Tecnológica (LISTEC). O evento acontece após a aula inaugural para a turma de 2015, que será proferida por Elias Ramos de Souza, superintendente de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico da Agência Nacional de Petróleo (ANP). O curso de Engenharia de Petróleo da Poli passou a ser oferecido na unidade de Santos em 2012 e o LISTEC é seu primeiro laboratório.
O custo com hardwares mais infraestrutura somou pouco mais de R$ 673 mil (são 60 computadores de alta performance). Os equipamentos adquiridos foram complementados por alguns dos mais modernos softwares utilizados na área, entre eles o RMS (Reservoire Managment Software), que permite tanto a visualização quanto a interpretação de dados sísmicos, e a vinculação destes com os dados físicos do poço (geralmente obtidos junto à ANP ou às próprias empresas exploradoras).
“Esse software é usado por diversas empresas do ramo petrolífero e a aquisição para o laboratório foi possível graças a uma doação feita pela empresa norueguesa Roxar. Foram concedidas dez licenças pelo período de um ano, que pode ser renovado. Se fôssemos comprar o software e as licenças, gastaríamos aproximadamente US$ 5,7 milhões”, afirma o professor Clayton de Carvalho Carneiro, um dos coordenadores do LISTEC. Segundo ele, os professores tiveram uma semana de treinamento para operar o software.
“Construímos um laboratório que serve tanto como sala de aula quanto para pesquisa. São três salas: uma com capacidade para receber 28 alunos e outra para 24. A terceira, voltada especificamente para a pesquisa, comporta oito pesquisadores ao mesmo tempo”, explica a professora Elsa Vasquez, também coordenadora do LISTEC.
Do ponto de vista didático, o laboratório dará suporte principalmente a disciplinas que versam sobre geoprocessamento e geometria. “Os hardwares e softwares permitem a aplicação de didáticas voltadas para o mapeamento de reservatórios e o entendimento da geometria desses reservatórios, que compreende dados referentes à quantidade e fluxo das reservas, e também à porosidade e permeabilidade das rochas que compõem os poços”, diz o professor Clayton de Carvalho Carneiro.
Para o diretor da Escola Politécnica, professor José Roberto Castilho Piqueira, o LISTEC permitirá não apenas que os alunos possam desenvolver projetos relevantes na área, mas também que os professores realizem pesquisas em conjunto com engenheiros de empresas petrolíferas instaladas na região da Baixada Santista.
“A demanda pelo curso de Engenharia de Petróleo aumentou nos últimos anos, tendência que sede se manter conforme o pré-sal passe a ser efetivamente explorado e as empresas do setor se estabeleçam de maneira mais efetiva no País”, afirma.
O curso abre 50 vagas por ano e, de acordo com sua coordenadora, Patrícia Matai, até hoje só ocorreu um caso de evasão (desistência). “Há uma demanda pelo curso, até porque, não existe só a Petrobrás, nem só o pré-sal. Muitas outras empresas, dentro e fora do País, estão trabalhando com prospecção e exploração de petróleo”, lembra Patrícia.
Segundo o diretor da Poli, pesquisadores de outras instituições, desde que estejam realizando pesquisas em conjunto com os professores do curso da Poli, também poderão utilizar a estrutura. “Pesquisas em conjunto com nossos professores são muito bem vindas”, resume.

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