FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

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Uma pequena iniciativa para um grande desafio

Poli recebe talentos do ensino médio para estimulá-los a seguir a carreira de Engenharia e, no futuro, participar do programa brasileiro de submarinos

Na última quarta-feira (26/8), a Escola Politécnica da USP recebeu a visita de 47 alunos de dezenas de escolas do ensino médio da cidade de Sorocaba, no interior paulista, para que pudessem conhecer alguns dos seus principais laboratórios e assim estimulá-los a optar por cursos de Engenharia na graduação. Por trás desta iniciativa, promovida pela Soamar Sorocaba (Sociedade Amigos da Marinha) e a Fundação PATRIA, com o apoio do Centro Tecnológico da Marinha, há uma necessidade premente: a de atrair novos talentos para o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB).

“O PROSUB prevê o domínio de tecnologia para projetar e construir cinco submarinos convencionais e um nuclear até 2025, o que exigirá cada vez mais recursos humanos qualificados em diversas áreas”, afirma o capitão-de-mar-e-guerra Paulo Marcelo Marque Peixoto. Por isso, o trabalho com os alunos, todos recrutados por seu alto desempenho escolar, incluiu ainda aulas de química, sobre tratamento de urânio, e de física, sobre conceito e funcionamento de um submarino, além de uma palestra sobre escolha da profissão.

Os estudantes também visitaram Centro Experimental de Aramar, da Marinha, em Iperó, próximo à Sorocaba, onde está sendo desenvolvida parte do projeto do reator nuclear do submarino. Foram apenas quatro dias de atividades, mas a expectativa é grande em relação aos seus resultados. “Iremos manter contato com esses estudantes para apoiá-los quando preciso”, afirma Paulo Fernando Moreira, presidente da Soamar. “Se apenas um deles seguir a carreira de Engenharia, com foco no programa, já seremos bem-sucedidos.”

Parceria para o futuro – A Poli mantém uma parceria de mais de 50 anos com a Marinha do Brasil. O curso de Engenharia Naval tem vagas reservadas para que parte dos oficiais possa concluir seus estudos de graduação. Em contrapartida, a Marinha apoia, por exemplo, pós-doutorado no exterior em áreas de pesquisa de seu interesse. “Além de engenheiros de várias áreas, é fundamental a formação de profissionais especializados em Engenharia Nuclear. Por isso, temos uma grande expectativa em relação à aprovação do curso na área pela USP”, ressalta o capitão Peixoto.

O diretor da Escola Politécnica, o prof. José Roberto Castilho Piqueira, que apoia a criação do curso, lembra que a Poli sempre esteve à frente de projetos importantes para o desenvolvimento do País, a exemplo da Usina de Itaipu. “Apoiar a criação desse curso vai, portanto, ao encontro dessa tradição”, ressalta. “Não só em relação ao PROSUB, mas também ao avanço científico e tecnológico que trará para outras áreas de pesquisa.”

Caso seja aprovado, um curso de Engenharia Nuclear proporcionaria aos profissionais brasileiros domínio de habilidades mais sofisticadas que podem ser usadas na área médica, em computação de alto desempenho, no desenvolvimento de novos materiais etc. Isso sem falar na energia nuclear que é fundamental para garantir o suprimento energético no País.

Para os alunos que participaram da visita isso ficou claro. Quando a reportagem perguntou qual deles se interessaria em trabalhar na área, vários disseram que sim. Um bom começo para um grande desafio.

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