FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

Trabalho desenvolvido por unidades ajudou estudantes da baixada santista a conhecer os cursos e a infraestrutura que a universidade oferece

“Tem medicina? Tem Ciências Econômicas? Qual o salário inicial? Como é o mercado de trabalho? Qual o valor da mensalidade? Sério? Ah, mas como eu vou me manter morando em outra cidade?”. Essas questões, repetidas inúmeras vezes na Feira de profissões da USP realizada pela primeira vez em Santos nos dias 3 e 4 de setembro, demonstram a importância da ida dos representantes da USP ao interior do estado. Muitos jovens que foram ao evento sabiam que carreira seguir, mas muitos não conheciam a USP, muito menos consideravam a possibilidade de fazer ensino superior. O professor Antonio Marcos de Aguirra Massola, que coordenou o evento, explicou que, independementemente da universidade escolhida, a proposta da feira é mostrar ao estudante quais carreiras ele  pode seguir, e assegurar ao vestibulando que este faça uma escolha adequada, com base em informações confiáveis, evitando arrependimento durante o curso superior. “As dúvidas são grandes quanto aos novos cursos, sobre o que são, mas procuramos principalmente informar aos alunos o fato de a USP ser uma universidade pública e gratuita, e que eles tem uma chance muito grande de desenvolvimento”.

A Feira foi uma iniciativa da Pró-reitoria de Cultura e Extensão e da Escola Politécnica da USP, que oferece o curso de graduação em Engenharia de Petróleo em Santos desde 2012, e levou informações sobre a universidade a mais de 1500 estudantes de escolas públicas e privadas da baixada santista. A Feira foi organizada pelo Escritório de Relacionamento da Poli-USP, e faz parte do Programa “USP e as Profissões”, que anualmente realiza uma feira em São Paulo e no interior para que a sociedade conheça a USP e as unidades, e além do caráter experimental de realizar o evento na cidade, teve como objetivo divulgar o curso no local e aumentar a participação e envolvimento da comunidade da região, como explica o diretor da Poli-USP, prof. José Roberto Castilho Piqueira. “A Poli, com seu amplo leque de especialidades em Engenharia, tem muito a oferecer para a comunidade da baixada santista, como ações comunitárias de urbanização e saneamento, trabalhos de cooperação nas diversas atividades portuárias e, principalmente, no desenvolvimento e fixação da indústria de inovação”.

As seis unidades da USP que levaram representantes para falar de mais de 30 cursos foram a Escola Politécnica (Poli), a Escola de Comunicações e Artes da USP (ECA), o Instituto de Geociências (IGc), o Instituto de Física, o Instituto de Matemática e Estatística (IME) e a Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq). Empolgados com o contato com o ambiente universitário, e as atividades lúdicas e exemplos práticos relacionados à profissão que foram apresentados na feira, os visitantes aproveitaram para interagir com quem está mais próximo de sua realidade, os universitários. “Ter contato com uma pessoa de lá de dentro não é a mesma coisa que alguém te falar: ‘Ah, é assim’! Você consegue ver o que realmente acontece. Falamos com eles, e foi legal ver o que eles estão achando”, contou a estudante Bruna dos Santos Martins, de 15 anos. A professora de informática Sandra Martins Lopes explicou que, mesmo com uma profissão definida, é bom que os alunos conheçam o que terão de conteúdo no curso. Mesmo com poucos cursos representados, a professora ressaltou que para os alunos é importante participar da Feira, porque tem alunos que ainda estão indecisos. “Este tipo de feira proporciona um maior conhecimento das áreas em que eles desejam atuar”.

Você também pode!

Entre os alunos, professores e funcionários da USP que trabalharam na feira, era comum uma consciência de que o trabalho ali desempenhado iria muito além de informar os estudantes sobre as carreiras, mas também de abrir os horizontes dos jovens para todas as possibilidades que a USP oferece. Ana Laura Figueiredo, estudante do primeiro ano do curso de licenciatura em geociências e educação ambiental do IGc, ressalta que é extremamente importante que o vestibulando converse com alunos da área para terem uma base mais concreta do curso que irá prestar. Na USP há apenas sete meses, Ana Laura já participou de seis feiras de profissões como esta, e sentiu a diferença entre os visitantes que recebem uma boa instrução em suas escolas, e aqueles que não tem orientação profissional. “Durante o ensino médio eu trabalhei durante 2 anos como estagiária e menor aprendiz, e meus colegas não sabiam nada do que era o vestibular. E eu já sabia, por que estava em uma escola que me instruía.  Aqui, percebi que a maioria das pessoas não conhecem a Universidade de São Paulo. Muitas pessoas não sabem como entrar na USP, que tem um processo seletivo. Muitas me perguntaram se tinha que pagar a mensalidade. Um menino ficou assustadíssimo quando soube que a Poli, que tem os cursos como engenharia civil e elétrica, era de graça. Temos que explicar desde o começo, a parte econômica e os auxílios”. Felipe Gazzola, estudante do 4º ano de engenharia elétrica da Poli-USP, também trabalha voluntariamente em feiras e palestras desde o início do curso. Ele conta que ainda no cursinho ele conheceu o trabalho do Escritório de Relacionamento da Escola, e se interessou em ajudar. “Quando eu estava no ensino médio, ninguém me falava sobre a USP, o que ela oferece, e os cursos. Só fui perceber isso no cursinho. Então eu acho importante levar isso para quem está no colégio, assim o pessoal já se informa”, explicou.

Nessa orientação de estudantes que chegam focados, indecisos ou mesmo sem nenhuma perspectiva, sai na frente quem tem uma equipe preparada para atendê-los. “O contato constante com as escolas, e a participação em feiras de profissões, prepara os monitores para receber melhor os jovens”, explica Júnior Rocha, um dos organizadores do evento e o coordenador do Escritório de Relacionamento da Poli-USP. Com as inscrições para o vestibular se aproximando, a estudante de ciência dos alimentos da Esalq, Gabriela Maria Rodrigues do Nascimento, conta que em agosto sua equipe participou de mais de 10 feiras e visitas externas. As unidades que tem programas de palestras e visitas monitoradas, como a Esalq e a Poli, tem estudantes monitores com desenvoltura para falar não apenas de seus cursos, mas de todos os aspectos da vida universitária, do ingresso ao mercado de trabalho, passando pelos programas de inclusão. O programa Profissões na Esalq, pro exemplo, foi criado em 2011 e recebe visitas de escolas da rede pública de ensino duas vezes por semana para palestras com professores e alunos que falam de cada um dos 7 cursos da instituição, e sobre o que a universidade tem a oferecer. “As palestras acabam sendo motivacionais. Nós mostramos para eles que é possível, e que eles podem ingressar na universidade pública. Dentro do programa temos apenas alunos que estudaram integralmente em escolas públicas ou eram bolsistas, e isso mostra que mesmo sendo aluno de escola pública, você tem capacidade, você tem potencial. Basta fazer disso o objetivo da sua vida”, conclui Gabriela.

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