FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

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Segundo o físico José Goldemberg, se o Brasil conseguir produzir 50 bilhões de litros desse combustível, diminuirá em 10% os níveis atuais de emissão

O físico e pesquisador em energia e meio ambiente, José Goldemberg, que também preside a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), afirmou hoje (11/11) que a bioenergia será fundamental para o Brasil cumprir a proposta que apresentará na 21ª Conferência do Clima (COP 21), que se realiza em dezembro, na França. Ele participou da abertura do 10º Congresso sobre Geração Distribuída e Energia no Meio Rural (Agrener), evento que acontece até sexta-feira (13/11) nas dependências da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP).

“O Brasil definiu que, até 2025, vai reduzir suas emissões até os níveis de 1992”, disse Goldemberg. Na sua avaliação, trata-se de uma proposta criativa e baseada em dados reais. Em 1990, o Brasil emitia um pouco mais de 500 milhões de toneladas de gás carbônico equivalente (CO2 eq), quando somadas as emissões da indústria, do setor de energia, da agricultura e de resíduos. Em 2013, esse indicador subiu para cerca de 1 milhão de toneladas de CO2 eq.

Apesar de o senso comum considerar que as emissões brasileiras estão se ampliando por causa da crise energética, que tem obrigado o País a acionar as termelétricas, Goldemberg afirmou que o maior problema está na emissão nos setores de transporte e de agricultura. “Mas a possibilidade de reduzir as emissões está ao nosso alcance”, afirmou, destacando o papel do etanol.

Segundo ele, ao usar um litro de etanol, deixa-se de emitir dois quilos de CO2 quando comparado a gasolina. Atualmente o Brasil produz 25 bilhões de litros de etanol, mas se equacionados os problemas do setor sucroalcooleiro, é possível produzir o dobro. Ou seja, se o Brasil produzir 50 bilhões de litros, deixará de emitir 10% do que emite hoje.

Além de Goldemberg, participaram da mesa de abertura do Agrener o diretor da Escola Politécnica, José Roberto Castilho Piqueira; o diretor do IEE, Colombo Tassinari; o vice-reitor de relações Internacionais da Unicamp e pesquisador da Feagri-Unicamp, Luiz Augusto Cortez; o coordenador da Pós-Graduação em Ciência Ambiental (PROCAM) do IEE, Evandro Mateus Moreto; o coordenador suplente da Pós-Graduação em Energia (PPGE) do IEE, Hédio Tatizawa; e Luiz Antonio Digiovani, representante do grupo segurador Banco do Brasil e Mapfre, que patrocinaram o Congresso.

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