FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

Projeto conquistou Prêmio Santander de 2015 na categoria Empreendedorismo. Estudantes estão formatando empresa para comercializar o produto.

Os alunos da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) Fernando Antônio Torres Velloso da Silva Neto, Fernando Paes Lopes e Henrique Oliveira Martins desenvolveram uma seletora de mudas de eucalipto que poderá ser empregada pela indústria de celulose e papel, importante segmento da economia brasileira. Segundo dados de 2012 da Associação Brasileira de Papel e Celulose (Bracelpa), o país era o quarto produtor em celulose e o nono em papel naquele ano.

De olho nesse mercado, eles criaram uma máquina que faz seleção visual de mudas de eucalipto, utilizando a tecnologia de reconhecimento óptico digital. As mudas são separadas de acordo com os critérios de qualidade como a vitalidade das folhas e cores. São inseridas ainda no invólucro preto, na forma como são acondicionadas nos viveiros. A seletora passa pelas mudas e faz a leitura das qualidades do caule e das folhas, escolhendo as mudas saudáveis, separando-as das demais.

O protótipo está em funcionamento e foi apresentado no projeto que os alunos inscreveram para concorrer ao Prêmio Santander, na categoria Empreendedorismo. Eles venceram a premiação e vão receber R$ 100 mil para investir na continuidade do projeto. Até o momento, o grupo está incubado no InovaLab@Poli, um laboratório multidisciplinar que oferece recursos avançados para projetos de engenharia, como softwares, hardware, impressoras 3D, oficinas mecânica e eletrônica para alunos de graduação da Poli e da USP como um todo. Fernando Velloso e Fernando Lopes são alunos do Departamento de Engenharia Mecatrônica e de Sistemas Mecânicos (PMR) e acabaram de se formar. Já Henrique Martins está no quinto ano e é do Departamento de Engenharia Mecânica (PME).

O trabalho foi desenvolvido sob a orientação dos professores André Leme Fleury, do Departamento de Engenharia de Produção (PRO) da Poli, e Gilberto Martha Souza, do Departamento de Engenharia Mecatrônica (PMR) da Poli. “Hoje, esse processo de seleção de mudas é feito manualmente, um trabalho repetitivo e pouco qualificado em uma fase importante do processo de produção de celulose”, destaca o professor Fleury. “A implementação dessa tecnologia acelera a produção e pode liberar o trabalhador para posições mais qualificadas, como, por exemplo, para operar a seletora”, acrescenta.

Além do mérito inovador, essa tecnologia representa também um avanço em termos de ensino, já que ela nasceu dentro de uma nova disciplina existente na Escola Politécnica, chamada Criação de Negócios Tecnológicos, realizada em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV). “É um grande exemplo de como podemos utilizar o ecossistema, unindo o conhecimento teórico e prático, desenvolvimento de tecnologia e de modelos de negócios, em um ambiente propício para o empreendedorismo, como é o InovaLab, para dar uma formação ampla aos nossos engenheiros”, ressalta Fleury. A disciplina foi desenvolvida em parceria com o professor Eduardo Zancul, também do Departamento de Engenharia de Produção da Poli, e os docentes da FGV Tales Andreassi e Adriana Miguel Ventura.

            Próximos passos – O InovaLab vem dando suporte ao projeto há dois semestres. “Com isso, conseguimos racionalizar os custos e manter a proximidade com a universidade, que é fundamental para continuarmos o desenvolvimento da tecnologia”, explica Fernando Velloso. Segundo ele, os recursos serão aplicados totalmente na formalização e desenvolvimento da empresa que estão criando para comercializar o produto. Eles deverão, inclusive, contratar dois estagiários nesta fase inicial. “Precisamos agora trabalhar para transformar o protótipo em um produto comercial, que atenda as necessidades de mercado, e já estamos em contato com alguns players para realização de testes”.

A selecionadora para eucaliptos é o produto inicial, mas a tecnologia pode ser usada em outras cadeias produtivas do agronegócio. “É aplicável a todos os processos que envolvam produção de mudas”, explica. Segundo ele, já existem tecnologias semelhantes para a fruticultura, como seletoras de laranja e maça, mas não há similares para a seleção de mudas, como eucalipto e cana-de-açúcar, por exemplo.

Ao participar do Prêmio Santander, eles tiveram de desenvolver não só o protótipo, mas o plano de negócios. “Nossa ideia é ter uma empresa focada no desenvolvimento de soluções mecatrônicas que aumentam a produtividade e eficiência do agronegócio”, comenta. A equipe está avaliando a possibilidade de ir para uma incubadora e, no momento, já está conversando com grandes players do mercado para fazer parcerias para o desenvolvimento e testes do protótipo em escala comercial.

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