FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

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Com apoio da diretoria, trabalhadores transformam área dos jardins da administração em verdadeira área de vivência

Veja aqui as FOTOS do antes e depois dos jardins

Alternando entre o orgulho e a felicidade de poder usufruir dos novos espaços, o grupo de funcionários responsável pela revitalização dos jardins do prédio da administração da Escola Politécnica da USP, onde ficam todos os setores administrativos e a diretoria da Escola, estampam um grande sorriso ao contar a trajetória do grupo. Eles fazem questão de ressaltar o apoio da direção da Escola, que desde o início do grupo, em julho de 2014, autorizou que os colaboradores atuassem como consultores e executores de projetos de revitalização das áreas verdes. Esse voto de confiança é, para estes funcionários, um motivo de grande orgulho. O diretor da Poli, professor José Roberto Castilho Piqueira, conta que, inicialmente, a ideia de integrá-los no cuidado com os jardins surgiu porque alguns deles demonstraram interesse na tarefa. “Ao perceber a especial motivação desse grupo, tentamos incentivar a ação. Para nós, é uma maneira de demonstrar que o espaço público, por ser de todos, merece carinho e não desleixo. É sempre melhor trabalhar em ambientes agradáveis e bem cuidados. Além disso, aqueles que participam dos cuidados com o espaço ensinam a todos uma conduta respeitosa e amiga com colegas e ambiente”.

A Escola Politécnica possui mais de 150 mil metros quadrados de área construída e um orçamento que deve ser investido em ensino, pesquisa e extensão. Na época em que o grupo iniciou suas atividades não havia verba para investir em projetos de arquitetura e paisagismo para o prédio, devido a uma reorganização dos gastos da Universidade. Mas essa dificuldade não minou a motivação de um grupo de funcionários determinado a fazer do jardim um projeto para se orgulharem.

Funcionário da Poli-USP há 27 anos, Elias Ferreira dos Santos trabalha no setor que cuida da expedição dos diplomas dos alunos da Escola e iniciou o movimento que reuniu outros colegas para pensar e colocar em prática a melhoria dos jardins. Seu carinho especial pelas primaveras, plantas trepadeiras que chegam de 4 a 6 metros de altura e que são um ponto alto nas fotos dos jardins da Escola, levou Elias a se unir com as colegas de trabalho Gilmara Aparecida dos Santos, Regina Lúcia Barbosa e Silvia Regina Saran Della Torre, com muitos outros apoiadores. Esses funcionários, que não desempenham nenhuma atividade relacionada a paisagismo, muito menos receberam nada a mais por isso, já fizeram cinco diferentes projetos, da recuperação de jardins à criação do “Adote um vaso”, programa que envolveu os funcionários de diferentes setores nos cuidados com as plantas e no embelezamento das salas, além de limpar e revitalizar os vasos e as plantas.

Trabalhando aos sábados, antes ou depois do horário, ou do jeito que for preciso, essa equipe hoje trabalha constantemente em novos projetos. No final de 2015, eles batalharam por uma reforma no jardim central do prédio da administração. “A medida em que nós conseguíamos as doações, o projeto ia se desenvolvendo”, conta Gilmara. O grupo conseguiu retirar uma antiga caixa d’água de concreto, podar as árvores, fazer a limpeza e redistribuição dos vasos, adquirir novas plantas com o apoio do viveiro da Prefeitura do Campus da USP da capital e, principalmente, foram utilizados materiais recicláveis e de doações. Os bancos foram doados pelo diretor da Faculdade de Lorena, professor Antonio Marcos de Aguirra Massola, e as pedras e lajotas utilizadas na composição dos corredores de acesso foram feitas com o reaproveitamento dos materiais de construção utilizados para experiências pelos laboratórios de pesquisa da Engenharia Civil. A vice-diretora da Escola, professora Liedi Légi Bariani Bernucci, explica que os materiais eram sobras das pesquisas de lastro ferroviário, agregados de teses e dissertações, e placas já testadas das pesquisas de afundamentos de revestimentos asfálticos. “Temos reciclado sempre que possível nossos materiais, mas este uso foi uma novidade. E não se gastou quase nada para fazer o jardim. O melhor resultado foi ver as pessoas unidades em um objetivo único de deixar o prédio e o jardim mais bonito para todos”, completa.

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