FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

Ideia é desenvolver, com alunos e docentes da Escola, um piloto do programa, inspirado no I-CORPS, dos Estados Unidos

O consultor Flavio Grynszpan, da Grynszpan Projetos e Serviços Empresariais, apresentou, no dia 28 de abril, para professores da Escola Politécnica da USP um programa de formação em empreendedorismo que é inspirado no i-CORPS, projeto do governo dos Estados Unidos que oferece formação para empreendedores, com o objetivo de incentivar a criação de startups a partir de pesquisas desenvolvidas em universidades.

A ideia é implementar um piloto com um grupo de 10 docentes da Poli no papel de tutores, e alunos que estejam desenvolvendo projetos de pesquisa que têm potencial para se transformar em novos negócios. A proposta será discutida pela Diretoria da Poli.

O programa proposto é baseado na formação de startups, e direcionado para a fase em que é preciso verificar se a inserção do produto, serviço ou tecnologia no domínio de usuários que se pretende atingir. Tem sete semanas de duração. O primeiro passo são aulas de imersão sobre empreendedorismo e inovação e que dão orientações gerais sobre o que deve ser desenvolvido pelos participantes.

O grande diferencial do programa, porém, está na fase posterior, quando, depois de produzir, em CANVAS (uma ferramenta digital de planejamento e gerenciamento estratégico, usada para desenvolver modelos de negócio), a ideia do que seja seu negócio, os alunos farão entrevistas com potenciais clientes para testar e validar suas ideias de negócio. “As entrevistas não são para venda nem para obtenção de investimentos, mas para que o empreendedor entenda se o que ele está pensando como negócio realmente tem mercado”, explica.

Durante as visitas, o aluno-empreendedor vai trabalhando sua proposta explicitada no CANVAS, aperfeiçoando o seu projeto. Os alunos-empreendedores devem realizar 15 reuniões por semana para conversar com potenciais clientes. Todo o processo é acompanhado pelo professor e pesquisador da universidade, e também por mentores, que são indicados por Grynszpan. Os mentores são pessoas de empresas e mercado, com grande experiência em pesquisa e inovação, que podem desde indicar as empresas que devem ser visitadas durante o curso até propor soluções técnicas para a inovação, por exemplo. Ao final, pretende-se que os participantes saibam se seus negócios realmente têm potencial de mercado e o que devem fazer para prosperar.

Inspiração no I-CORPS e teste com Fapesp

O programa proposto para a Poli tem como base a formação oferecida pelo programa I-CORPS, cujos conceitos foram desenvolvidos por Steve Blank, nos Estados Unidos. Depois de ter sido um bem sucedido empreendedor, ele virou professor de empreendedorismo, ensinando como montar novas empresas de risco em universidades líderes como Berkeley, San Francisco, Stanford e outras. Ele criou a metodologia do Customer Development, no qual o foco do negócio a ser montado é dado pelas demandas e necessidades dos clientes. Durante o período do treinamento, as equipes identificam as necessidades dos clientes e adaptam as suas ideias iniciais até que elas estejam ajustadas às realidades do mercado.

Grynszpan está participando de um projeto piloto realizado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), em parceria com a Georgia Washington University, no qual está sendo aplicada a metodologia que deve ser usada para o programa na Poli. Foram selecionadas 21 empresas que já passaram pela fase 1 do programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) da fundação paulista – quando eles recebem recursos para fazer a análise da viabilidade técnico-científica do projeto proposto. Os empreendedores participantes desse programa devem apresentar os resultados das entrevistas feitas com os clientes em meados do próximo mês. 

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