FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

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Entre outros benefícios, o radar irá melhorar as previsões de chuva no curtíssimo prazo e aumentar a eficácia dos sistemas de alertas de inundações em São Paulo

Fotos do evento

A Universidade de São Paulo (USP) inaugurou nesta manhã desta terça-feira, dia 14 de junho, no Parque CienTec, Zona Sul da Capital, um radar meteorológico Doppler banda X de dupla polarização cuja tecnologia, de alta resolução, é considerada a mais avançada para o monitoramento de chuvas. A inovação irá melhorar as previsões de chuva no curtíssimo prazo (nowcasting), aumentando a eficácia dos sistemas de alerta de cheias e inundações. Também possibilitará calcular rajadas de vento com mais precisão e identificar a formação de tempestades elétricas.

Entre as autoridades que participaram da solenidade de inauguração estão o vice-reitor da USP, professor Vahan Agopyan, o diretor da Escola Politécnica da USP, professor José Roberto Castilho Piqueira, e os professores da Poli-USP, Mônica Porto, secretária adjunta da Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos, e Mario Thadeu Leme de Barros, um dos coordenadores do projeto.

A aquisição do equipamento é fruto de parceria entre o Governo da França, que fez a doação do radar, e a PRCEU da USP, o Centro de Estudos e Pesquisas em Desastres (Ceped) – um Núcleo de Apoio à Pesquisa, coordenado pela Escola Politécnica (Poli) – e a Fundação Centro Tecnológico de Hidráulica de Estudos, ligada ao Departamento de Engenharia Hidráulica da Poli e a responsável por toda a infraestrutura para a instalação do radar. Os trabalhos são coordenados pelos professores do IAG e da Poli, respectivamente, Carlos Augusto Morales Rodriguez e Mario Thadeu Leme de Barros.

O professor Barros destaca que esse novo radar de alta resolução será utilizado nas três áreas fundamentais da USP: ensino, pesquisa e extensão universitária. “Com o monitoramento da chuva, as informações pluviométricas obtidas serão usadas para fortalecer a formação de engenheiros e meteorologistas, fazer estudos e pesquisas, além de realizar uma prestação de serviços à sociedade, tentando informar previamente sobre alagamentos e enchentes na Região Metropolitana de São Paulo”, explica o docente da Poli.

As imagens do novo radar estarão em breve disponíveis no site http://chuvaonline.iag.usp.br.

Um salto à frente

Instalado na cabeceira do Córrego do Ipiranga – local considerado estratégico para monitorar a cidade e seus arredores – o novo radar abrange um raio de 60 km de circunferência, ou seja, cobrirá boa parte da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP). Com capacidade para monitorar precipitações com até 75 metros de resolução, a cada minuto, seu software permite inferir a quantidade de chuva com muito mais precisão e detalhamento. “Poderemos identificar, em tempo real, chuvas em áreas muito pequenas, bairros, quarteirões ou ruas”, explica um dos coordenadores do projeto, o professor Mario Thadeu Leme de Barros, do Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental da Escola Politécnica da USP.

Ele ressalta a importância desta nova tecnologia para aprimorar e complementar as previsões realizadas pelo radar meteorológico Doppler Banda S, da Ponte Nova, localizado na cabeceira do rio Tietê, e que abrange um raio de 150 km. “Com a integração de ambos, os modelos de previsão de cheias e de inundações na cidade serão otimizados, ou seja, haverá um aumento da eficácia do sistema de alerta.”

Isto porque o novo radar também será incorporado aos sistemas de alerta em operação na RMSP, com destaque para o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) da Prefeitura Municipal de São Paulo, a Central de Alerta do Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo (DAEE) e o Sistema de Alerta da Defesa Civil do Estado de São Paulo.

Para o professor Carlos Augusto Morales, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG), outro coordenador do projeto, o domínio desta tecnologia abre um campo de investigação importante para a USP, colocando-a na fronteira do conhecimento em hidrometeorologia.

“Esta inovação fomentará projetos de pesquisa e desenvolvimento relacionados com tempestades, efeito urbano da poluição na intensificação ou não de chuvas, inundações e enchentes, e previsão do tempo. “Com este projeto, também iremos alavancar a primeira escola de radar meteorológico da América do Sul, onde os alunos poderão efetivamente combinar as aulas teóricas com as práticas”, ressalta Morales, que atua no Departamento de Meteorologia do IAG.

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