FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

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O engenheiro Christopher York descobriu 24 diferentes famílias de compósitos e agora investiga sua utilização para além da indústria aeronáutica.

A convite do Centro de Pesquisa para Inovação em Gás Natural (“Research Centre for Gas Innovation” – RCGI, na sigla em inglês), o engenheiro Christopher York apresenta, no dia 19 de julho, uma palestra sobre a aplicação de compósitos de fibra de carbono em diversos ramos da engenharia. O evento acontece nas dependências da Escola Politécnica da USP, onde está sediada a coordenação do Centro.

York dedica-se a estudar o uso de materiais mais leves na indústria aeronáutica e aeroespacial. Pós doutor em engenharia pela University of Wales, ele descobriu 24 diferentes famílias de compósitos de fibra de carbono e agora investiga sua utilização para além da indústria aeronáutica.

“Os compósitos têm sido usados como uma maneira de aliviar o peso de estruturas geralmente feitas de metal. Os que eu estou desenvolvendo são voltados para aplicação na aeronáutica, mas seu uso não está restrito a ela. Eles podem ter várias aplicações. Por exemplo, substituir estruturas metálicas de plataformas offshore. Ou os dutos que transportam gás natural, que são metálicos e muito pesados. Eu já identifiquei os usos possíveis para a indústria aeroespacial, seja em asas de aviões ou hélices de helicópteros. Mas há outras aplicações nas quais eu não pensei ainda”, afirma o engenheiro.

Segundo ele, é possível dizer com certeza que, substituindo estruturas metálicas tradicionais por estruturas feitas com fibra de carbono, é possível reduzir em 50% seu peso.  “É preciso identificar áreas que requeiram materiais mais leves. Por isso é importante dividir essa informação. Estamos apresentando todos esses conceitos para diferentes pessoas para vislumbrar as aplicações e os usos desses compósitos”

Para testar o conceito, York mandou confeccionar amostras de placa de fibra de carbono para cada uma das classes de compósito que descobriu. “Todas as 24 famílias ou classes são feitas de fibra de carbono. O que muda é a orientação das fibras no material. Minhas amostras são placas laminadas de fibra de carbono, cada uma delas feita com 4 lâminas sobrepostas. Cada lâmina tem as fibras organizadas em uma direção particular. Assim, cria-se um material laminado com propriedades acopladas – que dobram, torcem…”, explica o palestrante.

De acordo com ele, cada classe tem um comportamento único. “Há uma que se comporta exatamente como o metal. Outra tem comportamento diferente: em termos de propriedades mecânicas, quando se tenta dobrá-la, ela responde como se quisesse fazer uma torção. Mas, em termos de propriedades térmicas, quando exposta ao calor, ela se comporta como o metal.”

York afirma que, antes de sua pesquisa, eram conhecidas apenas 10 classes de compósitos de fibra de carbono. E que, destes, a indústria usa dois tipos apenas. “Estou aqui justamente porque as pessoas querem explorar coisas diferentes. A fibra de carbono é muito cara e seu uso tem de valer a pena, do ponto da vista da indústria. Em aeronaves, vale a pena. Queremos saber em que outras áreas isso também se aplica.”

Serviço: A palestra de Christopher York será realizada na Escola Politécnica da USP, em São Paulo (Av. Prof. Mello Moraes, 2.231, prédio da Engenharia Mecânica e Naval, sala MZ-02), às 14h, do dia 19 de julho. Inscrições aqui

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