FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

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Realizada na Poli-USP, metodologia dá detalhes que os dados da Cetesb não fornecem. Também indica quais dias e horários há picos de poluição 

Os bairros de Santana e Freguesia do Ó (Zona Norte), o eixo da Avenida Jacu-Pêssego/Nova Trabalhadores (Zona Leste), o Ceagesp (Zona Oeste), o Parque Dom Pedro (Centro), a Marginal Tietê e o trecho sul do Rodoanel são as áreas que, de fato, concentram os maiores volumes de gases poluentes emitidos por veículos de carga na Capital. É o que mostra uma pesquisa feita pela geógrafa e mestre em Engenharia de Transportes Mariana Lage, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP).

É a primeira vez que uma pesquisa consegue determinar, pontualmente, quais bairros e vias são mais afetados pela poluição desses veículos. Hoje, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) faz medições em 16 grandes regiões da Capital, cujos resultados são extrapolados para as localidades vizinhas. “Enquanto que em uma sexta-feira o mapa da Cetesb apontava qualidade ruim para toda a região de Itaquera, minha pesquisa demonstrou que o pior índice se concentrava no eixo da Jacu-Pêssego/Avenida dos Trabalhadores e não em toda região”, exemplifica a pesquisadora (Veja mapas comparativos).

Para a pesquisa, Mariana Lage trabalhou com dados de trânsito referentes a um período de cinco dias úteis, de outubro de 2014. “Usando ferramentas específicas para as análises espaciais, localizei as edificações comerciais e identifiquei as áreas com maior ou menor frequência de caminhões para definir aquelas que teriam maior concentração de poluentes”, conta. A localização dos estabelecimentos comerciais de São Paulo foi levantada a partir de dados do Centro de Estudos da Metrópole (CEM). Já as informações sobre a circulação de caminhões vieram do sistema GPS usado pelo serviço MapLink.

O trabalho, que teve a orientação do professor José Alberto Quintanilha, do Departamento Engenharia de Transportes (PTR) da Poli, possibilitou a criação de uma metodologia capaz de pontuar não só os locais com maior concentração de poluentes, mas também determinar em quais dias e horários há picos de poluição. “Em uma terça-feira, por exemplo, constatei que o pico de poluição ocorria à noite e não de dia, provavelmente por se tratar de um período em que não há restrição para a entrada de caminhões na cidade”, explica.

Embora a metodologia não leve em consideração o tipo de poluente ou de caminhão, trata-se de uma ferramenta valiosa para o planejamento de políticas públicas que possam reduzir o impacto da poluição na saúde dos moradores e frequentadores dessas áreas. “Com base nesses dados, é possível fazer alterações de rotas e ajustes nos horários de permissão de trânsito para veículos de carga. Indo além, pode-se até fazer filtragem por tipo de comércio, horários e dias da semana que merecem intervenções”, finaliza.

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