FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

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Doutorando de Engenharia da Computação levou o prêmio com o projeto que visa a inclusão social de deficientes visuais no campo da tecnologia digital

Com informações da Jornalismo Júnior, por Ana Helena Corradini

Entre as quase 500 inscrições enviadas ao Google Research Awards in Latin America 2016, o doutorando de Engenharia da Computação da Escola Politécnica da USP, Leandro Luque, está incluso em um seleto grupo de pesquisadores composto por 24 latino-americanos da área tecnológica. Vencedor com o projeto “Eliminando obstáculos: incluindo pessoas com deficiência visual em modelos de cooperativa”, o estudante, do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica da Poli foi premiado durante o mês de agosto, na sede da América Latina de engenharia do Google, localizada em Belo Horizonte (MG).

Com o objetivo de incentivar o desenvolvimento de novas tecnologias, o prêmio oferece bolsas mensais de US$ 1,2 mil aos estudantes de doutorado e de US$ 750 aos de mestrado – além de incentivos de US$ 750 e US$ 675 para seus respectivos orientandos. Sob a orientação da professora Anarosa Alves Franco Brandão, do Departamento de Engenharia de Computação e Sistemas Digitais, Leandro Luque desenvolve um método para incluir pessoas cegas em atividades que envolvam desenhos gráficos – prática muito frequente na área da computação. Seu projeto visa, sobretudo, facilitar a troca de informações durante a construção de diagramas colaborativos entre deficientes visuais e pessoas com a visão normal. Para isso, o método proposto pelo doutorando conta com a ajuda de uma caneta que, devido a Force Feedback, transmite a sensação de relevo. Assim, seu objetivo é não sobrecarregar o sentido auditivo e também enviar informações ao deficiente através do tato.

O incentivo surgiu a partir da constatação da escassez de pesquisas direcionadas à inclusão de pessoas cegas nesse campo de representação gráfica. Após o desenvolvimento de softwares e da fase de experimentação, atualmente Leandro estuda maneiras de aplicar o conhecimento teórico obtido. Nesse sentido, parte do dinheiro ganho custeará o próprio projeto, na compra dos acessórios – sobretudo os táteis, que costumam apresentar altos valores – e na remuneração de participantes para auxiliar os experimentos.

Um dos poucos projetos vencedores que buscam a inclusão de pessoas com deficiência (apenas três deles trabalharam sob esse viés social), futuramente o software desenvolvido será disponibilizado de maneira gratuita. Por enquanto, também fruto das pesquisas de Leandro Luque, um programa que faz uso apenas de áudios já pode ser acessado no site model2gether.com.

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