FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

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Douglas Gouvêa, professor do Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais, é um dos coautores, com J. Fraser Stoddart, de artigo sobre nanotecnologia

O professor do Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, Douglas Gouvêa, participou de uma pesquisa em colaboração com um grupo de cientistas do qual fez parte um dos ganhadores do Prêmio Nobel de Química deste ano, Sir. J. Fraser Stoddart, da Universidade Northwestern (Estados Unidos).

A pesquisa gerou um artigo científico publicado no Journal of the American Chemical Society, do qual Gouvêa é coautor com o professor Stoddart e também com Di Wu, Sergey Ushakov e Alexandra Navrotsky, pesquisadores da Universidade da Califórnia – Davis (Estados Unidos), e Jeremiah J. Gassensmith, da Universidade Northwestern.

Ao lado de Stoddart, Jean-Pierre Sauvage, da Universidade de Estrasburgo (França), e Bernard Feringa, da Universidade de Groningen (Holanda), foram os vencedores do Prêmio Nobel de Química deste ano por desenharem e produzirem máquinas moleculares. “O trabalho desses pesquisadores confirma a relevância do tema ‘nano mundo’ que conduzem a avanços importantes do conhecimento e da engenharia”, destaca Gouvêa.

O reconhecimento ao trabalho do professor Stoddart é resultado de um de seus trabalhos de pesquisa, realizado em 1991, no qual ele demonstrou que anéis moleculares, chamados de rotaxane, conectados a um fino eixo molecular, são capazes de se mover, possibilitando a fabricação de elevadores moleculares, músculos moleculares e um chip baseado em moléculas.

“Dentre os inúmeros trabalhos do professor Stoddart tive o privilégio de contribuir em um envolvendo um material denominado MOF (cyclodextrin-derived metal−organic framework – estrutura )”, conta Gouvêa. MOF são anéis conjugados que formam estruturas moleculares com grandes espaços vazios e grandes áreas de superfície específica (milhares de metros quadrados por grama) e que têm uma enorme capacidade de adsorção de gases. “Nessa cooperação foi verificada a interação e a termodinâmica de adsorção do gás carbônico (CO2) no CD-MOF-2, que é derivado de um açúcar (ciclodextrina)”, explica. O objetivo do estudo era desenvolver um sistema para a captura de CO2, buscando-se reduzir o efeito de gás estufa e o aquecimento global.

O artigo, cujo título é “Direct Calorimetric Measurement of Enthalpy of Adsorption of Carbon Dioxide on CD-MOF-2, a Green Metal-Organic Framework” (Medidas de Entalpia de Adsorção do Dióxido de Carbono em CD-MOF-2 por Calorimetria – Uma Estrutura Metalo-Orgânica Ecológica), foi publicado pelos pesquisadores no Journal of the American Chemical Society em 2013.

“O trabalho foi feito quando realizei um estágio sênior no laboratório da professora Alexandra Navrotsky na UC Davis, entre os anos de 2011 e 2012”, lembra. Gouvêa contou com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) para essa pesquisa, uma interação que rende frutos para a ciência brasileira até hoje.

Atualmente, o docente da Poli mantém colaboração com a professora Navrotsky, por meio do Projeto Sprint – Fapesp-UC Davis “Interfaces in Ceramic Processing“. Com duração de dois anos, de 1º de junho deste ano até 31 de maio de 2018, os pesquisadores envolvidos no projeto desenvolvem estudos calorimétricos de adsorção e de dissolução em nanopartículas de óxidos para várias aplicações.

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