FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

Inspirado no i-CORPS, dos Estados Unidos, projeto oferece metodologia para grupo de estudantes e docentes que têm ou querem ter startups

Termina em dezembro a segunda fase do projeto-piloto de um programa de formação em empreendedorismo que está sendo executado na Escola Politécnica (Poli-USP). A iniciativa é financiada pela Diretoria da Poli e está sendo aplicada pelo consultor Flavio Grynszpan, do Instituto i–CORPS Brasil. A metodologia é inspirada no Programa i-CORPS, projeto do governo dos Estados Unidos que oferece formação para empreendedores, com o objetivo de incentivar a criação de startups a partir de pesquisas desenvolvidas em universidades.

São dez grupos, formados cada um por um docente, um aluno ou ex-aluno da Poli-USP, e um mentor externo. “A metodologia do i-CORPs ajuda o empreendedor a definir, rapidamente, se o negócio que ele propõe terá mercado ou não. Se a futura empresa não tem muita possibilidade de sucesso, o empreendedor descobre isso ainda na fase inicial do desenvolvimento do negócio, o que reduz o volume do prejuízo financeiro e também a perda do tempo e da energia necessários para a criação de uma empresa”, explica Grynszpan.

Na primeira fase do treinamento, o grupo de empreendedores viu a teoria e a prática sobre como descobrir as demandas e fazer a proposição de valor aos clientes a partir dessa identificação de necessidades. Também entenderam como fazer a segmentação de clientes a partir da identificação dessas demandas.

Os participantes realizam entrevistas com segmentos que integram seus potenciais clientes para afinar seus CANVAS, ferramenta digital de planejamento e gerenciamento estratégico, usada para desenvolver modelos de negócio. Cada um dos grupos participantes fez um CANVAS inicial relacionado à sua startup. Ao final, espera-se que os grupos tenham conseguido definir se vale a pena continuar o negócio, se é melhor desistir da ideia totalmente, ou se é possível abandonar o desenho inicial da startup por outro mais promissor.

Na segunda etapa do treinamento, que acaba de começar, os empreendedores vão trabalhar as estratégias para conseguir seus clientes e mantê-los o maior tempo possível, e também vão aprender como definir os valores que podem ser cobrados dos clientes, de forma a remunerar o investimento feito na startup. “Anteriormente, o treinamento estava focado na fomatação inicial da startup, agora vamos trabalhar mais na fase de evolução”, aponta o consultor.

No primeiro dia do treinamento, por exemplo, os empreendedores aprenderam técnicas para conseguir seus primeiros clientes, para se relacionar com eles e mantê-los na carteira, e como a startup deve pensar a constituição do preço da sua solução, tecnologia, produto ou serviço. Até o final dessa etapa também vão trabalhar as estratégias para formatação de parcerias, como calcular os custos de infraestrutura, como montagem de laboratórios e com propriedade intelecual, por exemplo.

A metodologia do i-CORPS foi criada pelo empreendedor Steve Blank, que a aplicou como professor nas universidades de Stanford e Berkeley. O National Science Foundation (NSF) e o National Institute of Health (NIH), duas das maiores agências financiadoras de projetos científicos norte-americanas, incorporaram o programa. No Brasil, o i-CORPS já foi aplicado em 21 empresas do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), que está realizando uma nova fase de formação com mais empresas do PIPE.

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