Grupo da Poli atua na manutenção de ventiladores mecânicos para auxiliar na luta contra o coronavírus

A iniciativa é uma parceria com o IPT e faz parte de uma rede nacional conjunta com o SENAI

A equipe de pesquisa deu entrevista para programas jornalísticos divulgando a iniciativa. Foto: divulgação

Em busca de ampliar o número de ventiladores hospitalares disponíveis na rede de saúde, um grupo de pesquisa da Escola Politécnica (Poli) da USP está trabalhando na manutenção corretiva de emergência em ventiladores mecânicos que estão parados. A especialidade do +Ventiladores, uma parceria com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), são os testes e análises pós-manutenção dos equipamentos. 

O objetivo do projeto é a implantação de ponto de manutenção e calibração de 3000 ventiladores pulmonares que se encontram fora de operação na rede de saúde pública (SUS), com potencial de salvar 11 mil vidas, segundo o Fundo Patrimonial Amigos da Poli, entidade que está apoiando a realização. 

Os testes realizados pela ação incluem verificações de segurança elétrica e da parte funcional do ventilador. A Poli possui uma divisão de análise e calibração para equipamentos como os ventiladores, e foi a partir dos trabalhos desenvolvidos lá que surgiu a possibilidade de atuar na situação emergencial da pandemia — funcionários da divisão, inclusive, fazem parte do +Ventiladores. 

No início de maio, o projeto já havia recebido o primeiro ventilador, enviado pelo complexo HC de medicina da USP para fazer testes pós-manutenção, que já retornou para o hospital. Depois disso, o HC enviou mais equipamentos para fazer os testes. O professor Henrique Moriya, um dos coordenadores do +Ventiladores, conta que a demanda depende muito de fatores externos, como outros lugares consertarem os ventiladores, a disponibilidade de peças no mercado e vários outros problemas. Além disso, existe a possibilidade de o programa ajudar a montar e testar ventiladores comprados pelo Governo do Estado de São Paulo.

“Nessa crise do COVID-19, a manutenção emergencial é realmente uma ação necessária, porque há muitos ventiladores que estavam parados. Existem empresas especializadas nisso, mas elas não dão conta da demanda, e o projeto está tentando atender hospitais públicos”, conta Moriya. Ele lembra ainda que essa é uma ação bastante importante para a universidade dar uma resposta rápida para a crise, e que alguns hospitais já entraram em contato. 

A iniciativa é composta pelo professor Henrique Moriya, docente do Departamento de Engenharia de Telecomunicações e Controle da Poli e membro do Laboratório de Engenharia Biomédica (LEB), e pelo Chefe do Laboratório de Equipamentos Elétricos e Ópticos (LEO) do IPT, Antônio Francisco Gentil Ferreira Júnior, além de técnicos de laboratório, alunos orientandos e pós-graduandos da Poli. O projeto faz parte do SENAI CIMATEC, uma rede que está tentando fazer manutenção corretiva de emergência nos ventiladores e envolve diversas instituições por todo o país, atuando para capacitar os trabalhadores da indústria a atuar na causa, colocando o máximo possível de respiradores para uso. 

A ação tem apoio de várias instituições para acontecer, e graças a isso conseguiram estar funcionando tão rápido. Henrique Moriya fala que “não seria imaginável fazer uma coisa dessas em tempos normais. Conseguimos montar tudo do zero em menos de duas semanas, com as coisas funcionando e já testando os equipamentos”. 

Para outras informações sobre o projeto, o professor Henrique Moriya disponibilizou seu e-mail, que é htmoriya@usp.br

Imagens: Divulgação

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