FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

Um grupo de 17 alunos nigerianos vai participar dos cursos de mestrado e doutorado do Departamento de Engenharia de Minas e Petróleo.

A Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) deu mais um passo importante no sentido da internacionalização da instituição. Em agosto, um grupo de 17 estudantes nigerianos inicia as aulas no programa de pós-graduação do Departamento de Engenharia de Minas e Petróleo (PMI) da Escola. A estada dos alunos na USP é resultado de um convênio assinado em junho do ano passado entre a Poli e o Petroleum Technology Development Fund (PTDF), instituição da Nigéria que apoia pesquisas em exploração de petróleo por meio da concessão de bolsas de estudo.

“O PTDF é extremamente ativo no apoio à pesquisa em petróleo e busca sempre uma formação no estado da arte para os alunos na pós-graduação. Quando procuraram por instituições que têm programas de formação e de pesquisa avançados na exploração de petróleo em grandes profundidades, olharam para o Brasil e nos encontraram. Depois de um tempo de negociação, fechamos a parceria”, destaca o chefe do Departamento de Engenharia de Minas e Petróleo, professor Giorgio de Tomi.

O PMI ocupa a 25ª posição no QS World University Rankings by Subject, entre os cursos universitários existentes no mundo. O QS World University é o principal ranking internacional relacionado ao ensino superior no mundo. Já o PTDF, que existe há mais de 15 anos, é um grande financiador na Nigéria. Até o ano passado, já havia financiado mais de 2,5 mil bolsas de mestrado e 642 de doutorado.

O petróleo é a principal fonte de riqueza do país africano, que busca, com o convênio, formar os profissionais para atuar na sua indústria. A Nigéria também tem petróleo em camada de pré sal, mas está tecnologicamente um pouco atrás em relação ao Brasil na exploração de águas profundas, área na qual nosso país é líder mundial em pesquisa e produção, daí buscar a formação de recursos humanos aqui. “Quando pensamos em termos de país, a gente nota que temos problemas e desafios semelhantes. Queremos sair de onde estamos e elevar o patamar de nossas economias, então é natural que sejamos parceiros e que eles nos procurem por termos a liderança no conhecimento e na tecnologia de exploração de petróleo em águas profundas”, atesta Giorgio.

Dos 17 alunos que virão da Nigéria, nove irão cursar o mestrado e oito farão o doutorado na Poli, e ambos vão ter aulas e desenvolver atividades de pesquisa nos campi da Poli em São Paulo e em Santos. “A porta de entrada é o curso de petróleo, mas o programa que eles vão desenvolver aqui é multidisciplinar e vai envolver outras áreas da Engenharia, em assuntos relacionados ao setor de petróleo e aos seus projetos de pesquisa”, acrescenta. Cada um tem um docente tutor – que não é necessariamente o orientador da pesquisa. “O papel do tutor é ajudar na ambientação, dar dicas para facilitar a adequação como aluno da USP, como se engajar nas disciplinas etc”, explica.

O programa de pós-graduação do PMI já tem quase metade de seu conteúdo aplicado em língua inglesa, então esse não será um problema para os estudantes nigerianos. Mas eles terão aulas de língua portuguesa, pois parte do programa é também oferecer elementos da cultura brasileira aos participantes e inseri-los na sociedade enquanto estiverem no Brasil. O prazo previsto para conclusão dos cursos é de dois anos para quem está fazendo mestrado, e de três anos para o doutorado.

(Janaína Simões)

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