FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

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Com informações do site do IPT

Quatro alunos do curso de Engenharia Civil da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) utilizaram no mês de julho a infraestrutura laboratorial do túnel de vento do IPT para realizar uma série de ensaios do edifício escolhido pelo grupo como objeto de estudo do trabalho de conclusão de curso (TCC). Localizado às margens do Rio Pinheiros, na capital paulista, o Eldorado Business Tower é um complexo localizado dentro do terreno do Shopping Eldorado, próximo à ponte Eusébio Matoso, que teve suas obras concluídas em 2008.

A proposta do orientador e professor do Departamento de Engenharia de Estruturas e Geotécnica da USP, Henrique Campelo Gomes, foi de realizar um estudo em uma estrutura existente. Partindo dessa ideia, Gomes procurou o projetista responsável pela edificação, Ricardo França, diretor da França & Associados, escritório especializado em projetos de estruturas em concreto armado e protendido.

As discussões do grupo com o professor chegaram à proposta de fazer uma análise estrutural global do projeto, ou seja, uma simulação de como uma empresa real trabalharia – assim, eles assumiram a responsabilidade desde a elaboração da maquete até a execução dos ensaios e criação do modelo computacional. Para dar início aos trabalhos, os alunos receberam dos projetistas referências básicas para servirem de guia no projeto. “Para a montagem da maquete, era necessário ter informações sobre as faces a fim de definir os locais em que seria feita a instrumentação com as tomadas de pressão no túnel de vento. Recebemos os dados e alimentamos o software AutoCAD para modelar as faces do edifício”, explica Henrique Curci, um dos quatro componentes do grupo, ao lado de Jessica Sakai, Laís Kurusu e Rafael Sandoval.

Os alunos decidiram pelo uso de chapas de MDF para a montagem da maquete por causa do fácil manuseio (corte a laser). Pronto o modelo, fizeram a apresentação do projeto na primeira etapa de defesa do trabalho de conclusão. “O início do projeto foi dedicado mais ao desenvolvimento técnico do modelo físico e não se aprofundou na análise estrutural”, explica Curci.

O próximo passo foi trazer a maquete para o túnel de vento do IPT. Primeiramente, foi feita a instrumentação do modelo com as tomadas de pressão; em seguida, os alunos estudaram a camada de limite atmosférica da região onde o edifício está localizado e, finalmente, partiram para os ensaios.

“Era uma questão crucial para o projeto a execução dos testes no IPT. Desde o início, a proposta do trabalho foi desenvolver o dimensionamento e a verificação da estrutura a partir dos carregamentos de vento”, afirma ele. “Se não fosse possível utilizar a infraestrutura do túnel de vento, seria necessário mudar totalmente o projeto, e talvez nem fosse viável a sua continuação por conta das dimensões da maquete. Nosso professor orientou em 2015 um TCC que usou o túnel de vento do Instituto Mauá de Tecnologia, mas a estrutura deles não comportaria a nossa maquete por conta de suas dimensões”.

A partir do momento que em forem definidos os carregamentos, o grupo irá importar os dados para um software de análise estrutural, o TQS, que é usado para modelagem de estruturas de concreto. “Devemos desenvolver até o mês de novembro o modelo computacional, integrar os dados do túnel de vento ao software, fazer a análise e entregar o relatório”, completa Curci. “Para alunos da graduação, é uma oportunidade única ter acesso a esta estrutura e travar contato com profissionais. Estivemos no túnel de vento praticamente duas semanas, em um contato diário. Além do valor das informações obtidas, estar em contato com o ambiente de trabalho traz uma nova visão aos estudantes”. A previsão de finalização do projeto é no final de 2017.

“É importante o uso das instalações do IPT em trabalhos feitos por estudantes da USP. Pesquisadores do Instituto, alunos e professores da universidade têm muito a ganhar com essas parcerias, que poderiam ser mais frequentes”, afirma o diretor-presidente do IPT, Fernando Landgraf. “O Instituto está aberto a receber mais visitas de turmas de alunos com interesses em temas de nossos laboratórios. Temos que nos esforçar para superar as barreiras que separam as duas instituições”.

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