FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

Cinco alunos foram selecionados no torneio “USP na Vatican Hack” para representar a Universidade no evento que será realizada em março de 2018.

A equipe organizadora da “USP na Vatican Hack” anunciou os nomes dos cinco alunos que vão representar a Universidade de São Paulo (USP) na Vatican Hack, a primeira maratona de programação do Vaticano, que será realizada nos dias 9, 10 e 11 de março de 2018, na Itália. A Escola Politécnica da USP organizou e sediou a competição brasileira, realizada nos dias 16 e 17 últimos no campus da Cidade Universitária, em São Paulo. Os estudantes tiveram, como desafio, desenvolver uma solução relacionada aos refugiados.

A Vatican Hack é promovida por um grupo formado pela OPTIC Society, com o suporte da Lateran University, Harvard e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). Estarão representando a USP nessa competição dois alunos da Poli-USP, Fadi Sami El Didi e Laís Harumi Fukujima Aguiar, que atuaram como engenheiros de software na hackathon da USP; Lidia Costa Gregorini, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU-USP), que trabalhou como designer; Fernando Vezzani Ferreira de Santana, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA-USP), que foi especialista em negócios; e Marina Garcia Ribeiro, aluna do Instituto de Biociências (IB-USP), que atuou como designer de soluções sociais.

Os alunos se inscreveram para ocupar uma determinada atuação no grupo, daí cada um ter sua função na hackthon. Eles foram selecionados por processo de avaliação individual do desempenho na competição, no papel que cada um desempenhou ao longo dos dois dias do evento, o que se deu independentemente da colocação de seus grupos na maratona.

Foram levados em conta para a escolha aspectos como qualificação, motivação social, sensibilidade e conhecimento sobre as questões levantadas pelo Papa Francisco, além da capacidade de trabalhar em equipe. Os cinco escolhidos receberão apoio com passagens – fornecidas pela Poli para os engenheiros de software, pela FAU para o designer, pela FEA para o aluno de negócios, e pela Pró-Reitoria de Graduação para a estudante do IB. A alimentação e a hospedagem serão fornecidas pelo Vaticano.

O que vem a seguir – “Como próximo passo, vamos oferecer aos estudantes um treinamento no mês de fevereiro para melhor qualificá-los para a maratona no Vaticano”, conta a professora Lucia Vilela Leite Filgueiras, docente do Departamento de Computação e Sistemas Digitais (PCS) da Poli, responsável por organizar a hackaton na USP. “Os alunos conseguiram um grande entrosamento nos dois dias da nossa hackathon e já estão bem integrados. Temos um bom grupo nos representando no Vaticano”, comemora.

Devem participar do torneio cerca de 100 estudantes de 20 instituições de ensino superior ao redor do mundo. A competição foi estruturada de acordo com o que o Papa Francisco pensa a respeito do uso das tecnologias como ferramentas transformadoras da sociedade e é voltada para a busca por soluções de problemas sociais atuais. O tema será selecionado entre três assuntos principais: combate ao desperdício, diálogo inter-religioso e migração e refugiados.

Portanto, o desafio a ser escolhido na disputa no Vaticano não será, necessariamente, o mesmo selecionado pela maratona realizada na USP. “Escolhemos trabalhar a questão dos refugiados na competição da USP porque é um tema próximo da nossa realidade. Trouxemos inclusive uma refugiada para relatar aos alunos durante a maratona as dificuldades que essas pessoas enfrentam”, lembra Filgueiras.

A melhor solução no “USP na Vatican Hack” – Além de definir, entre todos os participantes, aqueles que iriam para a hackthon do Vaticano, a equipe de mentores e a banca julgadora, composta por docentes da universidade, premiou o Grupo 5 pela melhor solução desenvolvida no âmbito do torneio realizado na Poli-USP. O grupo vencedor foi formado pelos alunos Lais Harumi Fukujima Aguiar (Poli), Rafael Rodrigues Mendes Ribeiro (EESC), Douglas Luan de Souza (Poli), Fernando Vezzani Ferreira de Santana (FEA), Haline Aparecida de Oliveira Floriano (Escola de Comunicação e Artes – ECA) e Victor Alves de Souza (FAU).

A equipe propôs como solução a plataforma Ref-a-Ref, uma central de e-mails que seria o primeiro emprego do refugiado. Uma empresa que tenha ou deseje ter um serviço de atendimento ao consumidor (SAC) por e-mail contrataria a Ref-a-Ref para utilizar sua plataforma. Caberá ao refugiado, cadastrado na plataforma, responder mensagens relacionadas a dúvidas ou sugestões encaminhadas ao SAC da empresa.

O refugiado seria pago pela empresa para receber os e-mails dos consumidores, ler e responder as mensagens utilizando um serviço de tradutor automático como apoio. Isso resolve três problemas do refugiado: encontrar um emprego inicial no país, aprender o idioma e ter uma fonte de renda inicial. Na assinatura do e-mail, haveria o nome do refugiado, com um breve histórico e currículo dele, além de um canal no qual a pessoa que recebeu a resposta poderia contatá-lo, via Ref-a-Ref, para uma oferta de emprego ou fazer uma doação a esse refugiado para dar apoio financeiro.

A empresa utilizadora da plataforma ganharia em relação ao custo das operações do SAC, que não seria superior ao que ela pagaria no mercado, mas, principalmente, estaria cumprindo com sua responsabilidade social, gerando um impacto positivo para sua imagem perante a sociedade.

Para chegar às soluções para o desafio na maratona da USP, como a plataforma Ref-a-Ref, todos os grupos assistiram uma palestra sobre o tema do desafio – os refugiados e o contexto atual brasileiro na esfera política e social. Também viram apresentações sobre assuntos relacionados a desenvolvimento de projetos de inovação como design thinking, técnicas para desenvolver, testar, escalar e vender suas ideias, e oficinas de prototipação.

Confira no Facebook as fotos e os vídeos dos dois dias da “USP na Vatican Hack” e no site da maratona os nomes e fotos dos vencedores.

Print Friendly, PDF & Email