FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

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O Poli Aurora foi criado para participar da próxima competição universitária em 22 de fevereiro 

O grupo de extensão da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) Poli de Baja lançou, em cerimônia realizada no dia 8 de fevereiro, o novo carro destinado a participar de campeonatos universitários, o Poli Aurora. O lançamento do Aurora marcou a aposentadoria do Cronos, veículo utilizado em 2017.

Segundo Samuel Monção, capitão da equipe, o novo protótipo promete levar as características do último carro do Baja, o Cronos, além de conter melhorias adicionais feitas pelos estudantes. “Mudamos, por exemplo, a suspensão traseira, um projeto no qual nos dedicamos o ano inteiro”, explica. A estrutura do Aurora, apesar de parecer a mesma do anterior, também foi modificada: seus canos de sustentação agora têm ângulos diferentes, tudo para otimizar a performance do mesmo.

O Poli Aurora é um protótipo off-road, que em sua tradução literal significa um protótipo de veículo destinado a correr fora de estradas asfaltadas. Isso quer dizer que ele é projetado justamente para andar em terrenos adversos e suportar diversas condições de terreno. “A proposta é fazer um veículo que possa superar qualquer tipo de obstáculo”, conta o capitão. Por isso, é necessário saber balancear características como rapidez e resistência. “Não adianta projetarmos um carro que seja resistente mas pese 300 quilos, e nem um carro leve e rápido que não aguente a primeira curva”.

Todas as peças do Aurora foram feitas sob medida, ou seja, são únicas e foram desenvolvidas especialmente para ele. O que pode ser uma vantagem para o veículo, mas também dificulta a troca das mesmas em caso de danos. “Fazemos muitas peças reservas pensando justamente na competição”.

A equipe pretende, com o lançamento, estrear o Poli Aurora na próxima competição nacional universitária, a Baja Sae Brasil, que ocorrerá entre os dias 22 e 25 de fevereiro. Ela reunirá 90 grupos de alunos universitários de todo o país em São José dos Campos para quatro dias de torneio. As equipes serão divididas em provas dinâmicas, que medirão as características do carro como capacidade de tração e aceleração do veículo, apresentações dos projetos aos juízes (geralmente pertencentes à indústria automotiva), e por fim na prova de enduro de resistência, onde os carros deverão correr durante quatro horas seguidas.

Monção explica a dificuldade de participar da prova final. “Geralmente somente 20% dos carros consegue terminar a corrida”. O Aurora tem três pilotos cadastrados para o dia, todos pertencentes à equipe. “Às vezes não é vantajoso ficar trocando de piloto porque perdemos tempo com isso, mas se deixarmos uma pessoa só, ela pode no final sofrer cansaço, desidratação e fadiga muscular”.

História – O Poli de Baja fez quinze anos em 2016, e já projetou e construiu mais de vinte veículos. Só com o Atlas, foram cinco competições, uma delas com direito à vaga para o mundial que acontece nos Estados Unidos. Porém, a equipe não conseguiu ir por falta de recursos. O grupo é coordenado pelo docente da Marcelo Alves, do Departamento de Engenharia Mecânica.

Monção conta que, por ser composto de estudantes da Poli, a quantidade de conhecimento que eles conseguem absorver com o grupo é muito grande. “Corremos atrás das inovações para o carro praticamente por conta própria, o que nos faz ir além da sala de aula e aprender muito mais”.

Com a entrada dos novos alunos em 2018, a equipe estará presente no evento de apresentação dos grupos de extensão do Departamento. A partir daí, eles começarão o processo seletivo.

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