FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

Os destaques da Feira realizada na Poli-USP receberam prêmios na tarde desta sexta-feira, em evento na Cidade Universitária.

A cerimônia de anúncio dos vencedores e de entrega dos prêmios aos que se destacaram na 16ª edição da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), realizada na tarde desta sexta-feira (16/03) no auditório do CDI, no campus da Cidade Universitária, em São Paulo, foi marcada por uma homenagem à vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Pedro Gomes, assassinados no Rio de Janeiro. O evento científico é organizado anualmente pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP). Este ano, foram apresentados 346 projetos feitos por estudantes dos ensinos fundamental, médio e técnico de escolas públicas e particulares de todo o País.

Os autores dos melhores trabalhos ganharam troféus, medalhas, bolsas e estágios, num total aproximado de 300 prêmios. Como nas edições anteriores, também concorreram a uma das nove vagas para representar o Brasil na Feira Internacional de Ciências e Engenharia da Intel (Intel ISEF), que será realizada em maio, em Pittsburgh, Pennsylvania, nos EUA.

A fase final da cerimônia de premiação foi aberta pelo vice-diretor da Poli-USP, professor Reinaldo Giudici. “A Febrace, mais uma vez, foi um sucesso. É um evento de grande relevância para a sociedade e muito importante para a Poli”, afirmou ele, parabenizando os organizadores, apoiadores e, especialmente, os professores e alunos que apresentaram projetos na Feira.

A seguir, a organizadora geral do evento e professora da Poli, Roseli de Deus Lopes, subiu ao palco para fazer os agradecimentos a todos os participantes. Ela afirmou que as instituições que apoiam as escolas, alunos e professores fazem um investimento cujo retorno é garantido, pois aplicado em pessoas muito talentosas, como mostraram os projetos deste ano. “Registramos finalistas de mais de mil municípios brasileiros. Se juntarmos toda essa força de rede, vamos conseguir mudar a realidade das nossas comunidades e do nosso País”, destacou.

Ela disse ainda que todos os participantes devem ser considerar premiados. “Mas os que sobem aqui neste palco para receber um prêmio precisam entender que têm uma responsabilidade ainda maior, pois algumas oportunidades vão ser apresentadas para vocês, primeiro”, completou. Ela recomendou que todos continuem investindo em seus estudos e se esforcem sempre mais, desafiando-os, inclusive, a enviar artigos científicos sobre seu projetos para revistas especializadas.

Reflexão e homenagem – A organizadora da Febrace aproveitou a oportunidade para pedir uma reflexão dos participantes sobre dois acontecimentos importantes da última semana. “Estamos no século XXI, prestes a enviar missões tripuladas a Marte, podendo ver das coisas mais distantes aos menores objetos, mas nos encontramos à beira do obscurantismo, permeados pela presença do extremismo”, contrapôs.

O primeiro fato do qual ela falou foram os assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Pedro Gomes, no Rio de Janeiro, para quem ela pediu um minuto de silêncio. Ao fim, os participantes da Febrace deram o grito de “Marielle, presente”, que marcou as manifestações nas diversas cidades ao longo da semana, emendado a um salva de aplausos para as duas vítimas. A seguir, Roseli leu um manifesto divulgado pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) sobre o tema.

O segundo acontecimento foi a morte do físico teórico e cosmólogo britânico Stephen Hawking. “Queria trazer para reflexão de vocês a sua história de superação. Graças à sua determinação e ao desenvolvimento científico e tecnológico que permitiu a esse cérebro brilhante expressar suas ideias, ele conseguiu ter uma vida longa e produtiva”, destacou. “Devemos nos inspirar em pessoas como essas, que, mesmo com limitações tão severas, conseguem ir tão longe”, apontou.

Por fim, ela destacou a importância das Ciências Sociais/Humanas para o avanço das demais áreas científicas. “Quando, nós, das Exatas, das Engenharias, desenvolvemos uma tecnologia, mudamos o comportamento das pessoas, como observamos agora com as redes sociais, por exemplo. Precisamos trabalhar com todas as Ciências, para que não façamos desenvolvimentos equivocados. Não podemos ser apenas consumidores de tecnologia”, acrescentou. Ela concluiu sua fala dizendo que todos os jovens e crianças podem ser grandes cientistas, mas essa possibilidade precisa ser ofertada a elas. Quando isso não ocorre pela via familiar, os professores devem ocupar esse papel.

Mais informações sobre a Febrace no site oficial – http://febrace.org.br.

Print Friendly, PDF & Email