FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

Criada em 1999 por solicitação do Laboratório de Abelhas do Instituto de Biociências da USP, a Webbee deu origem a diversos outros projetos de redes virtuais de informações sobre a biologia e os habitats de abelhas. O primeiro deles foi o Vinces, um consórcio de laboratórios de pesquisa, integrante do programa Tidia-Kyaterra, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Por meio do projeto foram desenvolvidos WebLabs – laboratórios na internet –, que disponibilizam na rede mundial de computadores uma série de instrumentos e sistemas que permitem aos pesquisadores acompanharem experimentos sobre polinizadores em tempo real. Utilizando uma rede de fibra ótica de alta velocidade, dedicada exclusivamente ao projeto, eles também podem enviar imagens em alta resolução e vídeos, que são adicionados ao portal do Webbee. “Nós temos câmeras monitorando algumas colônias para captar imagens e sons das abelhas. Com isso, os pesquisadores podem estudar a forma de comunicação delas”, explica o coordenador do projeto, o professor Antônio Mauro Saraiva, do Laboratório de Automação Agrícola (LAA) da Poli.

Outro projeto que conta com a participação do LAA é a Rede Interamericana de Informação sobre a Biodiversidade (Iabin, da sigla em inglês), iniciado em 2006 e com previsão de término em julho de 2010. Uma iniciativa da Cúpula das Américas, toda a parte de tecnologia de informação de um dos projetos da rede virtual, sobre polinizadores em geral, está sendo desenvolvida pelo LAA.

Já o mais recente projeto com o qual os pesquisadores do Laboratório estão envolvidos é a Iniciativa Brasileira de Polinizadores (IBP). Integrante do Global Pollinator Project, toda a tecnologia de informação do projeto, que é coordenado mundialmente pela FAO/ONU e no Brasil pelo Ministério do Meio Ambiente, também é liderada pelo grupo de pesquisadores brasileiros.

“Não existe uma rede virtual de polinizadores como a que nós desenvolvemos para o Iabin e que, provavelmente, será utilizada nesse projeto da FAO”, diz Saraiva. “E acho que também não há outros grupos no mundo trabalhando com um foco tão grande em biodiversidade de abelhas polizadoras”, estima.

Doutor em engenharia elétrica pela Poli e graduado em agronomia pela Esalq, de acordo com o pesquisador, não é muito comum os engenheiros entenderem de biologia. Mas avalia que a distância entre as áreas está diminuindo cada vez mais em função do recente surgimento de uma nova área do conhecimento chamada informática para a biodiversidade.
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