FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

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Algumas das pesquisas realizadas na caverna digital da Poli estão tendo impacto direto no dia-a-dia dos brasileiros. As sobre televisão digital, por exemplo, influenciaram diretamente na escolha dos padrões técnicos do novo sistema de TV adotado no País. “Nós tivemos uma convicção muito forte ao defender a adoção do padrão do HD – high definition, da sigla em inglês – e da tecnologia de televisão 3D no Brasil”, diz o diretor do Laboratório de Sistemas Integráveis (LSI) da Poli, Marcelo Zuffo. “E fomos responsáveis por emplacar a TV de alta definição no País, suportando o padrão de codificação H264 e a norma de áudio multicanal”, afirma.

 

 O LSI também foi pioneiro na transmissão da primeira produção em formato HD 3D na televisão brasileira. Produzido em parceria com a TV USP, o documentário sobre a nave Mário Schenberg, localizada no Parque de Ciência e Tecnologia (Cientec) da USP, foi ao ar pela TV Cultura em março de 2008. Desde então, já co-produziu, ao todo, cinco filmes em associação com a TV USP, o Cientec e emissoras de tevê como Cultura e o Espaço Catavento. O LSI também está consolidando uma metodologia para gravação em HD 3D.

De acordo com Zuffo, hoje a gravação de cinco minutos de um vídeo nesse formato demanda sete meses de trabalho, em 100 computadores, que trabalham 24 horas por dia para concluí-lo. Mas o problema maior está em sua exibição. “Não existem ainda displays 3D de baixo custo no Brasil para visualizar esses vídeos no Brasil, mas nós já estamos produzindo”, revela. “Com qualquer tipo de óculos as pessoas poderão assistir a essas produções”, antecipa.

Algumas das produções em HD 3D feitas pelo LSI podem ser vistas no recém inaugurado Espaço Catavento, em São Paulo. Neste museu de ciências interativo criado pelo Governo do Estado de São Paulo, o público tem a oportunidade de fazer um passeio virtual de asa-delta em 3D no Rio de Janeiro e ter contato com instalações como o planetário e a árvore da vida.

Todo o sistema eletrônico das instalações do Espaço Catavento, incluindo as telas de projeção, o conteúdo, a infraestrutura computacional e os óculos para visualização das imagens foi desenvolvido pelo LSI a um custo três vezes menor do que se tivesse sido importado. E suas telas, de 3×12 metros, que utilizam oito projetores de imagem, representam a atual linha de pesquisa do Laboratório. “Hoje um dos nossos objetivos é realizar pesquisas com displays de grandes dimensões”, afirma Zuffo. “Estamos pensando em desenvolver projetos de displays monumentais e novos sistemas de realidade virtual exclusivos, mais avançados que os similares no resto do mundo”, revela.

Já bastante difundida no Brasil por intermédio da indústria de entretenimento, de a tendência é que cada vez mais a realidade virtual saia do laboratório e invada as casas das pessoas. “Nós vemos que o Brasil desponta como um País que consome muita realidade virtual, e queremos que essa tecnologia seja consumida à luz de uma engenharia feita aqui”, conclui.
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