FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

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A Escola Politécnica (Poli) da USP e a SPTrans firmaram uma parceria para estudar a eletromobilidade, principalmente na frota de ônibus. O intuito da parceria é verificar a disponibilidade e a melhor maneira de realizar a troca da frota de ônibus a diesel pelos elétricos. O projeto é coordenado pelo professor do Departamento de Engenharia de Produção pela Poli, Fernando Tobal Berssaneti. 

Após um contato inicial realizado em 2018, que visava a realização de um estudo internacional sobre eletromobilidade, os pesquisadores da Poli estabeleceram um canal de diálogo entre a SPTrans e a Poli, e um diretor da empresa pública de transporte entrou em contato e propôs um convênio para estudar a possibilidade de uma frota de ônibus elétricos.

Durante a maior parte de 2019, a Poli e a SPTrans conversaram sobre os termos do convênio, e o início da pandemia, em 2020, atrasou a assinatura do convênio em quase um ano. Em meados de outubro de 2020, foram acertados todos os detalhes para o início do convênio.

Normalmente, para a assinatura de convênios entre a USP e órgãos públicos é realizado um evento com a presença do Reitor e de representantes da estatal, contudo, em razão da pandemia de covid-19, os envolvidos optaram por apenas assinar o contrato em novembro de 2020. “Então, em dezembro começamos a fazer as reuniões para iniciar o projeto”, fala o professor. 

O doutor Fernando Berssaneti é o responsável da USP pelo convênio e o Engenheiro Simão é o coordenador técnico e responsável pelo convênio por parte da SPTrans. Atualmente, além dos profissionais da Poli e da SPTrans, alunos de mestrado e doutorado da Poli também compõem a equipe do projeto.

Na fase inicial do convênio, os pesquisadores da Poli estão fazendo várias reuniões com os profissionais da SPTrans. “Para entender como funciona uma vistoria de um ônibus, eles vão mostrar a de um ônibus elétrico e um ônibus convencional a diesel, para começarmos a pensar o que podemos fazer em termos de pesquisa”, explana o doutor sobre as atividades realizadas pelo convênio no período inicial.

Uma das frentes de pesquisa da iniciativa é o estudo da viabilidade de implementar frotas de ônibus elétricos na cidade de São Paulo. A viabilidade econômica é um dos principais focos da pesquisa. “Essa questão da viabilidade econômica, ou seja, o investimento para trocar uma frota de ônibus a diesel por uma de ônibus elétrico, considerando que o ônibus elétrico tem um custo de compra, de operação e, acima de tudo, tem uma uma limitação da bateria”, fala o professor. Ele ainda acrescentou que em uma cidade grande como São Paulo, na qual muitas linhas de ônibus atravessam quase toda a cidade, a limitação da bateria pode ser um empecilho. 

No ramo da viabilidade, os pesquisadores também estudarão as questões técnicas e de segurança. “A SPTrans pediu também para começarmos a analisar a questão da segurança dessa operação, ou seja, se tiver um acidente com um veículo desse como é que é feito um resgate”, acrescenta Fernando.

A Poli também pesquisará sobre a questão ambiental, principalmente a emissão de poluentes. Os pesquisadores objetivam descobrir de quanto será a redução dos gases poluentes, como dióxido de carbono (CO2), monóxido de carbono (CO) e (óxidos de nitrogênio) NOX, na atmosfera com a troca da frota de ônibus a diesel pela elétrica.

As vantagens para Poli com a parceria são muitas, e estritamente acadêmicas. Com os dados recebidos e estudos realizados na SPTrans, os membros da Poli planejam publicar artigos científicos, enquanto a SPTrans receberá soluções para ter uma frota sustentável. Se os estudos comprovarem a viabilidade dos motores elétricos, a população ganhará uma cidade com ar mais limpo, com um trânsito mais silencioso e preocupada com o meio ambiente. 

A viabilidade da frota elétrica não leva em conta apenas os gastos com os ônibus, mas também os benefícios para o município e sua população. Com uma melhor qualidade do ar, a qualidade de vida aumenta, há menos doenças respiratórias e hospitalizações.

A parceria entre a Poli-USP e a SPTrans tem contrato de cinco anos com possível renovação. Com os estudos, a Poli pretende gerar soluções e auxiliar na decisão da SPTrans por uma frota mais sustentável.

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