FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

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Pesquisadores da Poli/USP desenvolvem protótipo de um sistema de prontuário digital para o armazenamento do histórico médico de pacientes.

Pesquisadores da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP) desenvolveram o protótipo de um sistema de prontuário digital para o armazenamento do histórico médico de pacientes. O sistema eletrônico funciona a partir de um cartão inteligente, semelhante aos utilizados em caixas de bancos, que abriga informações de relevância médica que podem ser acessadas via internet pelos médicos e pacientes.

Segundo o professor Paulo Miyagi, do Departamento de Engenharia Mecatrônica e de Sistemas Mecânicos da Poli, com o cartão seria possível acessar um banco de dados dos hospitais e laboratórios clínicos na internet com o prontuário médico e todo o histórico clínico e cirúrgico do paciente. Além de tornar mais ágil e preciso o diagnóstico, o sistema também agiliza o atendimento em casos de emergência, uma vez que os médicos conseguem tomar decisões mais rápidas e específicas.

“Em casos de emergência, a rápida identificação e caracterização do paciente são requisitos fundamentais tanto para o médico como para o paciente, evitando erros de diagnóstico e eventuais demoras na avaliação dos procedimentos a serem realizados”, aponta Paulo Miyagi.

O protótipo do sistema é constituído de um aplicativo desenvolvido nas linguagens de programação Java, JSP e HTML. O sistema convencional de atendimento médico hoje utilizado no Hospital Universitário da USP, por exemplo, consiste em um banco de dados que armazena informações pessoais dos pacientes. Após identificar o paciente, o atendente alimenta o banco de dados com as queixas do paciente e o encaminha para o tratamento mais adequado.

“Porém, como não há uma integração de informações com outros hospitais e postos de saúde, tem-se claramente um problema quanto aos registros médicos, ou seja, um paciente que esteja sendo atendido por um hospital pode não dispor dos dados médicos de outros hospitais”, explica.

Isso pode implicar, de acordo com o estudo, em um atendimento mais dispendioso, uma vez que pacientes sem passagem anterior pelo hospital precisam ser cadastrados novamente em outros bancos de dados e, mesmo em casos de pacientes já cadastrados, os procedimentos para a localização dos prontuários convencionais com os respectivos registros médicos podem atrasar ao atendimento.

“Em atendimentos para situações emergenciais, a identificação e caracterização do paciente deve ser feita de maneira rápida e precisa. Qualquer perda de tempo ou imprecisão na caracterização do paciente pode trazer conseqüências negativas”, explica.

O sistema foi testado no Hospital Universitário da USP, com alguns alunos fingindo serem pacientes e outros fingindo serem atendentes ou médicos. “Os testes confirmaram a viabilidade desse tipo de atendimento médico, comparado ao modelo atualmente vigente no HU, sem o uso do cartão”, conclui o docente.

O estudo sugere que todas as informações contidas no cartão do paciente também possam ser acessadas na internet por outros hospitais. Assim, o médico consegue alterar ou inserir qualquer informação no cartão, que é automaticamente atualizada nas bases de dados online.

 

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