FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

Com o objetivo de mostrar uma metodologia de administração de conflitos, o professor Luis Henrique Rodrigues, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), de São Leopoldo (RS), proferiu na sexta (18/3), na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), a palestra “Pensamento Sistêmico e Planejamento de Cenários – Potencialidade da abordagem para as Diretrizes da EC-3”. Ele falou durante duas horas para os professores envolvidos no desenvolvimento da Nova Estrutura Curricular da Poli (EC-3).

Rodrigues, que é professor do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção e Sistemas da Unisinos, explicou que o pensamento sistêmico é a competência de poder avaliar o impacto das nossas decisões no tempo e no espaço. Ele exemplificou com as mudanças que a Poli pretende fazer em sua estrutura curricular. De acordo com ele, as alterações terão impacto no tempo, porque serão feitas para durar cinco, dez ou mais anos, e no espaço, porque deverão influenciar os currículos de outras escolas e faculdades de engenharia do País.

Além disso, o pensamento sistêmico ajuda a refletir sobre os modelos mentais, que são as concepções e visão de mundo que as pessoas têm e são difíceis de mudar. “Estruturas curriculares são frutos de modelos mentais”, explicou Rodrigues. Por isso, fazer uma mudança dessas na Poli é um grande desafio. É um problema desafiador, entre outras coisas, porque a complexidade é gerada por uma série de visões divergentes sobre o tema. “A revisitação desses modelos mentais pode trazer uma melhoria e uma robustez no que tange a estrutura curricular”, disse Rodrigues. “O pensamento sistêmico tem uma grande possibilidade de ajudar e de acelerar o processo de convergência em torno do problema. Ele tem uma vantagem em termos de catalisar esse processo de convergência.”

De acordo com o professor da Unisinos, o pensamento sistêmico leva as pessoas pensar mais no todo no que nas partes, a enfatizar mais os relacionamentos que os objetos e a promover o entendimento da realidade mais como redes do que como hierarquias. “Além disso, ele nos possibilita ver círculos maiores de causalidade, ao invés de cadeias lineares de causa e efeito”, acrescentou. “Também faz com que focalizemos a dinâmica, os processos subjacentes, ao invés da estrutura estática e nos leva a deixar de pensar e conceber o mundo como uma máquina, mas sim como se fosse um organismo vivo.”

Depois da palestra, o diretor da Poli, José Roberto Cardoso, disse que Rodrigues havia apresentado uma metodologia que torna possível administrar conflitos, como os podem aparecer durante a elaboração da nova estrutura curricular da Poli. “É uma técnica muito importante, que pode ser aplicada no desenvolvimento de projetos que envolvem muitas pessoas com pensamentos totalmente distintos e ideias conflitantes”, disse. “Agora, o que nós vamos fazer internamente é verificar como essa metodologia pode ser encaixada no nosso caso específico.”

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