FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

No último mês de dezembro, a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) recebeu uma feira de investimentos, a Academic Working Capital (AWC), iniciativa que busca transformar os trabalhos de conclusão de curso dos alunos de engenharia em startups. O coordenador do evento, professor da Poli-USP, Marcos Pereira Barreto, dá algumas dicas aos interessados em desenvolver um empreendimento envolvendo tecnologia.

Quanto aos primeiros passos de uma startup: além da ideia e do investimento, o que rege a criação e o sucesso desse tipo de empresa?
Marcos Pereira Barreto – Mais importante do que a ideia, é verificar se isso vai realmente resolver o problema de alguém. Este processo é chamado de “customer discovery” e há muitas técnicas para aplicar. Pode parecer óbvio, mas não é! É muito comum que alguém tenha uma ideia e gaste um monte de dinheiro e tempo desenvolvendo-a, para depois perceber que não há mercado. Isso foi muito forte durante o “boom” da Internet no começo dos anos 2000, e ficou conhecido como “bolha.com”. Hoje, entende-se que não se pode repetir este erro.

Quanto ao teor interdisciplinar: a criação de uma startup vai além da técnica, da tecnologia e da engenharia, como os alunos podem treinar a visão de mercado, gestão e administração?
MB – A visão de mercado é a mais difícil de desenvolver nos alunos, que vem em geral de cursos tecnológicos, como Engenharia e Computação, e pensam que a tecnologia é a coisa mais importante. Os demais perfis, como administração, vendas e gestão operacional, precisam ser desenvolvidos também, em seguida, no processo de formação.

 

Quanto ao processo de captação: quais os critérios de um programa como o AWC para decidir em qual ideia é interessante investir? E como se determinam esses critérios?
MB – A equipe de seleção do AWC tem uma coleção de critérios que, basicamente, divide-se em três categorias, na ordem de importância: equipe, proposta de valor e impacto. Ou seja: a equipe é o principal aspecto. Não somente na parte técnica como, sobretudo, no equilíbrio da formação e nas experiências anteriores dos alunos em realizar um projeto. Não é necessário ter experiência anterior com empreendedorismo, mas é bem vinda a experiência de ter feito coisas fora da graduação, como atividades sociais, organização de eventos, etc.

Fotos do evento.

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