FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

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Pesquisadores da Poli apresentam grandes casos de sucesso em projetos interdisciplinares

Workshop promovido pela comissão de Pesquisa da Poli foi realizado nesta quinta-feira, 4 de novembro

Na tarde desta quinta-feira, dia 4 de novembro de 2021, das 14h às 17h30, a Comissão de Pesquisa (CPq) da Escola Politécnica (Poli) da USP realizou o Workshop de Pesquisa com o tema “Mecanismos para a formação de grandes projetos interdisciplinares de pesquisa e inovação”. O objetivo do evento era promover a interação entre os pesquisadores da Poli, para que estes conheçam os grandes projetos integrados de pesquisa realizados na Escola, e assim fomentar a criação de novas iniciativas.

Confira o evento na íntegra no Canal da Poli no YouTube.

O evento foi iniciado pelo presidente da Comissão de Pesquisa da Poli (CPq), Professor Dr. Jaime Simão Sichman, do Departamento de Engenharia de Computação e Sistemas Digitais, o qual apresentou os objetivos do workshop, tanto para incentivar os pesquisadores a criarem centros de pesquisas e se integrarem para desenvolver estudos, cumprindo com uma das etapas do Planejamento Estratégico da Poli. O professor também aproveitou a oportunidade para agradecer a diretora da Poli, professora Liedi Bernucci; do Vice-Presidente da CPq, professor Gilberto Francisco Martha de Souza, do Departamento de Engenharia Mecatrônica e de Sistemas Mecânicos da Poli; de toda a equipe da CPq; e de todos os palestrantes.

Em seguida, a “Sessão 1 – Mecanismos para captação de recursos (EMBRAPII, CPE, CEPID)” começou com a fala do moderador da sessão, o professor Gilberto Martha, que  explicou que a sessão contaria com a exposição de três grandes projetos da Poli: um projeto EMBRAPII, representado pela unidade Powertrain e coordenado pelo professor  Agenor de Toledo Fleury; um estudo do Centro de Estudos da Metrópole (CEM), que é coordenado pela professora Mariana Abrantes Giannotti; e uma pesquisa do Research Centre for Gas Innovation (RCGI), coordenado pelo professor Julio Romano Meneghini. 

O professor Agenor de Toledo Fleury, representante da EMBRAPII Powertrain, iniciou as apresentações explicando que o “Powertrain ou Trem de Potência ou Trem de Forças é o conjunto de equipamentos usados para a movimentação de um veículo”. Atualmente, o powertrain é um dos principais vilões que causam as mudanças climáticas, por isso é preciso transformar os motores dos veículos para diminuir o impacto ambiental.

O docente também explicou que a EMBRAPII “Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial” é uma organização social responsável por apoiar instituições de pesquisas tecnológicas e inovadoras que fomentem a indústria brasileira. Além disso, Fleury contou como a Powertrain foi criada. Segundo ele, após um diálogo interno da Poli sobre a capacidade de suportar mais uma unidade EMBRAPII, membros da Escola submeteram sua proposta ao Edital sobre o estudo do Powertrain. Para as submissão, a Poli teve que desenvolver uma proposta, preliminar e final, além de realizar uma apresentação para a Comissão de Avaliação.

A professora Mariana Abrantes Giannotti apresentou o Centro de Estudos da Metrópole (CEM), que é um centro interinstitucional, situado na USP e no Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), e financiado pela Fapesp, como um CEPIDs (Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão). O CEM estuda as desigualdades sociais multidimensionais e políticas públicas em cidades e metrópoles. O objetivo dos CEPIDs é agregar pesquisadores em torno de questões fundamentais ou orientadas para aplicação.

A professora relatou que as chamadas do CEPID são para cinco anos, mas pode haver renovação para dois períodos de três anos, o financiamento anual é no valor de até R$ 8 milhões nos cinco primeiros anos. Os Centros também podem ser financiados por outras formas além da Fapesp.

O Research Centre for Gas Innovation (RCGI) foi apresentado pelo seu diretor científico, o professor do Departamento de Engenharia Mecânica, Julio Romano Meneghini, o qual explicou que o RCGI é umCEPID em Engenharia e que, desde o início do Centro, eles contam como patrocinadores-fundadores a Fapesp e a Shell. O intuito do RCGI é tornar a economia brasileira livre de gases do efeito estufa, por meio de projetos interdisciplinares. O docente finalizou sua fala afirmando que o RCGI oferece bolsas de estágio e Iniciação Científicas, as quais podem ser conferidas no site do Centro.

Após o fim dos painéis, o professor Jaime perguntou sobre o tempo necessário para a criação de um Centro de Pesquisa aos três palestrantes. A professora Giannotti comentou que não estava ligada ao CEM no período de sua criação, mas que o surgimento dele foi decorrência de outros projetos que já existiam anteriormente. Ela também acredita que é importante que os Centros abordem temas ainda inéditos no cenário da pesquisa brasileira. O docente Meneghini começou expondo a diferença entre a CEPID e a CPE. Para ser um CPE, o Centro já precisa ter uma empresa parceira que financie pelo menos 50% do projeto. Segundo Meneghini, o tempo médio de maturação de um Centro é de 1 a 3 anos. Fleury ressaltou que o prazo para submeter a proposta à CEPID é muito curto, por isso os pesquisadores devem ficar atentos.

A “Sessão 2 – Experiências bem-sucedidas na Poli e USP” foi moderada pelo professor Jaime Simão Sichman, o qual explicou que o objetivo desta sessão era que os pesquisadores contassem um pouco da história de construção dos seus Centros e unidades.

As exposições tiveram início com o professor Jorge Alberto Soares Tenório, da Unidade EMBRAPII de Química Verde (TECNOGREEN), que desenvolve pesquisas sobre energia verde. A unidade nasceu em 2017, a partir de um edital da EMBRAPII, e conta com membros de diversas Engenharias da Poli. O docente comentou que para o desenvolvimento das unidades é preciso trabalhar muito e em equipe, estar em um ambiente favorável e ter um currículo reconhecido de pesquisador.

A unidade EMBRAPII de Construção Ecoeficiente (CICS) foi apresentada pelo docente Vanderley Moacyr John, que também discorreu sobre o INCT. Segundo o professor, é essencial que o trabalho seja feito em uma equipe interdisciplinar, que tenha foco em temas do futuro e gere resultados para a sociedade. John ressaltou que as pesquisas devem buscar uma aplicação prática e não só a repetição de temas que não tragam contribuição. Ele também explicou que o ciclo de projeto da unidade é o nascimento de uma ideia portadora de futuro, um projeto exploratório sobre o tema feito em forma de Iniciação Científica ou Mestrado, um projeto de Mestrado ou Doutorado sobre a questão e a prospecção do resultado junto às empresas.

O professor Eduardo Aoun Tannuri fez uma exposição sobre o Tanque de Provas Numéricos (TPN), que é patrocinado pela Petrobras. O TPN foi criado em 2000 pelo professor Kazuo Nishimoto, e é um laboratório interdisciplinar que atua principalmente junto às Engenharias Naval e Mecatrônica. O TPN recebe apoio da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, das da Rede Galileu e Arquimedes da Petrobrás, da CNPq, da Fapesp, da Finep, da FUSP, da FDTE e da Marinha. O Tanque já desenvolveu sistemas de computação de alto desempenho, sala de visualização 3D e softwares de simulação de navios e plataformas.

O Centro de Estudos em Regulação e Qualidade de Energia (ENERQ), apresentado pelo professor Nelson Kagan, foi criado em 2000 no Departamento de Engenharia de Energia e Automação Elétricas. O Centro atua no estudo de várias etapas do processo de geração, transmissão e distribuição de energia. Para fazer essas pesquisas, há os laboratórios de Qualidade de Energia e o Smart Grids, o qual é utilizado para a simulação de redes e emulação dos sinais de tensão e corrente.

As apresentações foram encerradas com a exposição sobre o Centro de Inteligência Artificial da USP (C4AI), feita pelo professor Fabio Gagliardi Cozman. Diferente da maioria dos outros Centro citados no evento, o C4AI está ligado a toda a USP, mas a participação de politécnicos é considerável. O Centro foi criado por membros da comunidade uspiana que tinham interesse em um espaço para estudar a inteligência artificial, e a partir disso a Pró-Reitoria de Pesquisa fez uma chamada para reunir professores da USP que tinham interesse no tema. Nesta chamada, foram identificados mais de 100 grupos na USP que trabalhavam com inteligência artificial. Pouco tempo depois, a Fapesp lançou um edital para a criação de um Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE), o que acarretou no surgimento de uma vontade por parte dos uspianos de juntarem os trabalhos que estavam sendo desenvolvidos na USP nesta área.

Em seguida, o debate foi iniciado com a pergunta do professor Gilberto Souza sobre como os professores da Poli podem se aproximar dos centros para desenvolver projetos. Os docentes convidaram todos os pesquisadores que têm interesse em realizar estudos nas áreas dos centros a entrarem em contato para participar.

O professor Jaime finalizou o workshop agradecendo a participação de todos os palestrantes, a contribuição da equipe que trabalhou no evento e presença de todos que acompanharam a live. Ele também comentou que o objetivo da Poli é fomentar projetos que gerem soluções para a sociedade.

As palavras finais foram proferidas pela Diretora, Liedi Bernucci, que ressaltou a importância do evento por demonstrar a contribuição dos grupos de pesquisas e mostrar o potencial da Poli na pesquisa. A Diretora também agradeceu a todos os membros da Comissão de Pesquisa e parabenizou a todos os palestrantes pelos trabalhos que têm desenvolvido.

Assista a transmissão do workshop na íntegra.

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