FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

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Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro recebe estudantes de engenharia naval da Poli-USP para visita imersiva

Graduandos passaram três dias no AMRJ e conheceram peças históricas e o trabalho desenvolvido atualmente pela Marinha

Entre os dias 15 e 17 de janeiro, um grupo de 13 estudantes de Engenharia Naval da Escola Politécnica (Poli) da USP visitou o Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ).  Acompanhados por Wagner Filho e por representantes do Centro de Coordenação de Estudos da Marinha em São Paulo (CCEMSP), os alunos conheceram, no primeiro dia de visitação, o Espaço Cultural da Marinha. Localizado nas antigas docas da Alfândega, sobre uma área aterrada na segunda metade do século XIX, o lugar abriga um importante acervo para a instituição. Lá são mantidas relíquias como a Galeota D. João VI, construída em 1808 e usada pela Família Real para passeios na Baía de Guanabara. O Espaço também preserva os navios-museu Submarino Riachuelo, construído em 1937 e o CTE Bauru (D-18), de 1943, um ex-contratorpedeiro de escolta cujos ambientes foram preparados para retratar a vida a bordo durante a campanha do Atlântico na Segunda Guerra Mundial. 

Além dos dois veículos, os graduandos visitaram a Nau dos Descobrimentos, réplica de uma nau portuguesa construída em comemoração aos 500 anos da chegada ao Brasil, o rebocador Laurindo Pitta, que foi construído em 1910, e fez parte da Divisão Naval em Operações de Guerra (DNOG) durante a Primeira Guerra Mundial, um helicóptero e um avião de interceptação e ataque da Aviação Naval e um carro de combate cascavel do Corpo de Fuzileiros Navais.

No segundo dia, o grupo pôde conhecer mais sobre o legado histórico da Marinha, sobre as atividades por ela desenvolvidas e perspectivas de atuação para os futuros engenheiros. Os estudantes também visitaram o Edifício 17, onde se encontra o “Mangaratiba”, segundo navio da Classe Macaé, que se encontra em fase de finalização e o Dique Almirante Régis, onde, com o navio sobre picadeiros, conseguiram visualizar alguns dos serviços que podem ser aplicados, como inspeção estrutural, com a substituição de chapas, tratamento e pintura geral das obras vivas, inspeção e verificação de folgas mancais das linhas de eixo e das madres dos lemes, inspeção e reparo das válvulas de fundo, entre outros trabalhos. 

No dia 17, último dia da excursão, os estudantes foram recebidos no Complexo Naval de Itaguaí (CNI), organização que faz parte do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB), que pretende produzir quatro submarinos convencionais e o primeiro submarino brasileiro com propulsão nuclear. Eles percorreram as áreas externas de suas instalações, e assistiram o canteiro de montagem dos submarinos de propulsão convencional (diesel-elétrica) no estaleiro de construção, desde a  junção das seções do casco rígido, vindas da Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (UFEM), até a integração das demais estruturas e equipamentos internos e externos ao navio e conheceram também o elevador de navios, utilizados para lançar os submarinos ao mar, e percorrer o cais de onde se visualizou submarinos em serviço ativo na Esquadra atracados no CNI. 

Rafael Gonzalez celebra a atividade como um meio de “motivar e despertar a paixão pela engenharia naval”, o que também foi apontado por Celso Pupo Pesce, Chefe do Departamento de Engenharia Naval e Oceânica da Poli-USP.

Esse esforço de coordenação foi uma iniciativa do CCEMSP, atendendo demandas de discentes de Engenharia Naval e aproveitando para retomar este tipo de visita, cujos propósitos são acadêmicos e de motivação. Foi fundamental, para esta realização, o apoio de tratativas de acesso e de apoio local de viatura obtido pelo Ten. Pedro Guedes (Diretoria Industrial da Marinha) e o alojamento e municiamento prestados pela Escola Naval. Para a equipe, o objetivo de inspirar os futuros engenheiros em conhecer os desafios existentes na Engenharia Naval foi alcançado, utilizando como exemplo um o primeiro estaleiro do Brasil e seu legado de conquistas para a construção Naval na MB, ainda sob o potencial motivá-los a ingressar na Carreira Naval tão logo formados. 

"A visita foi uma forma de ver na prática um caminho que podemos seguir dentro da Engenharia, aprendendo muito com profissionais dedicados à nobre tarefa da defesa nacional. Antes da visita eu estava muito interessado em entender não só aspectos relacionados aos projetos dos equipamentos e instalações que veríamos, mas também em procurar enxergar as necessidades e estratégias relacionadas com a aplicação de cada coisa, uma expectativa que com certeza foi satisfeita com o cuidado e capricho que o pessoal da Marinha do Brasil teve conosco. Com isso, quero dizer que a visita foi tão enriquecedora que pudemos avaliar o grande impacto que a Engenharia possui para o desenvolvimento de uma nação, pois muito do que está associado a nossa preparação na universidade estava sendo aplicado a fim de garantir a soberania do país. Através da manutenção das infraestruturas e inovações tecnológicas ligadas ao time de engenheiros da MB, é viabilizado, por exemplo, as nossas relações de comércio exterior e o desenvolvimento energético. Entre as muitas oportunidades especiais, pudemos conhecer desde algumas modernas instalações do PROSUB (Programa de Desenvolvimento de Submarinos) até entrar em uma embarcação utilizada pelo país na Segunda Guerra Mundial, o Navio Bauru, me levando a pensar que para minha formação esta visita evidenciou como a Engenharia é interessante e possui grande peso no rumo da história do mundo que vivemos, devendo ser encarada com responsabilidade por parte de seus profissionais alinhada a outras características próprias dela como a criatividade e a aplicação de conhecimentos científicos."
Eduardo Santos Louzada
Engenharia Naval, 20 anos
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