FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

 

No dia 8 de maio, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) promoveu em sua sede o workshop

Foto: Ayrton Vignola/Fiesp

“Novas formas de ensino de engenharia, ciência e tecnologia”. O evento contou com a participação dos professores da Escola Politécnica (Poli) da USP Fernando Kurokawa, Presidente da Comissão de Graduação da Escola Politécnica e docente do Departamento de Construção Civil e José Roberto Cardoso, professor do Departamento de Engenharia de Energia e Automação Elétrica.

Na esteira das discussões do Consórcio para Excelência no Ensino de Graduação em Engenharia, ocorrido no último dia 19 de abril na Poli-USP, os professores da unidade se uniram a outros nomes da área para pensar caminhos para promover inovação no ensino da engenharia,  profissão destacada como central no desenvolvimento do País.

A mesa de abertura foi composta  pelo professor José Roberto Cardoso, da Escola Politécnica,  Pedro Wongtschowski, presidente do Conselho Superior de Inovação e Competitividade da FIESP, Luiz Curi, presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), Cassia Regina da Cruz, gerente de Educação do Senai, Luciano Soares, coordenador acadêmico do Projeto Final de Engenharia do Insper, Flavia Santoro, diretora acadêmica do Intelli, Adriana Tonini, presidente da Associação Brasileira de Educação em Engenharia (Abenge) e por Amauri de Paula, coordenador de Inovação e Pesquisa do Ilum.

Wongtschowski deu início ao debate discutindo o papel da engenharia nos diferentes setores da sociedade e as questões que estão no cerne do debate. Ele traçou um cenário no qual os cursos de engenharia apresentam uma alta taxa de evasão, além de uma relativa redução do interesse dos estudantes e da “fuga” do corpo de recém-formados para outras áreas de atuação. “Essas questões devem ser resolvidas via aumento do nível de atração dos cursos de engenharia. Esse painel se dedica a discutir as formas de melhorar o ensino de engenharia no País e como formar jovens não só tecnicamente, mas para trabalharem em equipe e interagirem com o meio ambiente”.

Nesse sentido, durante a mesa foram apresentadas iniciativas que já caminham no sentido de adotar abordagens inovadoras de ensino na área de STEM (sigla em inglês para Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática). Os representantes do Senai; da Escola de Ciência Illum; do Instituto de Tecnologia e Liderança, Intelli e do Insper destacaram medidas inovadoras que têm se mostrado bem sucedidas. Em comum entre os projetos, está a colocação da aprendizagem ativa do estudante como ponto de partida para a promoção dessa melhora. 

O professor José Roberto Cardoso também levantou a importância da formação acadêmica multidisciplinar que se conecta com o desenvolvimento humano dos estudantes, reforçando a fala de Wongtschowski. “O estudante deve ter uma boa comunicação. Como o engenheiro que não se comunica irá convencer os seus pares de uma boa ideia? Ele deve saber escrever e se apresentar, conhecer economia e história.”

A segunda mesa foi composta pelo professor Fernando Kurokawa, Presidente da Comissão de Graduação da Poli-USP; José Carlos de Souza Junior, Reitor do Centro Universitário Instituto Mauá de Tecnologia; Mauri Aparecido de Oliveira,  Chefe da Divisão de Ciências Fundamentais do ITA; Vagner Bernal Barbeta, Reitor do Centro Universitário FEI e Wesley Goes, Professor adjunto da Universidade Federal do ABC. 

Este segundo momento do evento foi dedicado à exposição dos trabalhos que vêm sendo realizados no âmbito das instituições públicas de ensino. O professor Kurokawa fez um panorama das principais mudanças ocorridas no ensino da engenharia nos últimos anos, destacando as Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de engenharia (2019) que passaram a regulamentar um ensino pautado por competências , e não mais priorizando o conteúdo, colocando o estudante como agente de conhecimento. Outro ponto destacado foi a frutífera relação da Poli com a iniciativa privada, sobre o que Kurokawa ressaltou que “valoriza a inter e multidisciplinaridade, fortalecendo o papel do professor como condutor das mudanças dentro e fora da sala de aula”. Para finalizar sua participação, ele ainda reforçou que tais mudanças implicam uma readequação da estrutura curricular com novas metodologias de ensino. 

Print Friendly, PDF & Email