Os pesquisadores do LDSV desenvolveram o sistema de Monitoramento da Qualidade e Segurança dos Sistemas Metroferroviários, utilizando a resposta inercial dinâmica do veículo do trem e do eixo. O projeto, já concluído, contou com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), com testes funcionais realizados na Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e na Vale S.A. Com esse desenvolvimento, o Laboratório encontra-se capaz de identificar e avaliar de forma rápida e prática possíveis problemas, agregando segurança e competência tecnológica a este segmento da mobilidade.
“Em geral, as empresas do setor ferroviário compram soluções externas, não desenvolvidas no Brasil, e ficam dependentes da manutenção feita por empresas estrangeiras. Embora a economia imediata seja atrativa, a empresa acaba dependente de equipamentos e serviços de manutenção estrangeiros”, explica o Prof. Spinola.
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Inovação na Segurança do Monitoramento de Trilhos: Como Funciona a Tecnologia?
O sistema utiliza sensores inerciais instalados diretamente no corpo dos trens e nos eixos dos vagões para medir os pequenos movimentos de aceleração e de torção da suspensão durante o trajeto. Esses sensores capturam os movimentos dinâmicos do trem e analisam a resposta dinâmica da suspensão do veículo enquanto ele percorre os trajetos reais. Isso permite identificar problemas antes que eles causem danos graves ou comprometam a segurança dos passageiros. O sistema pode, por exemplo, identificar com precisão as áreas onde os trilhos estão se deformando e onde há mais riscos, sem a necessidade de interromper o serviço.
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Além disso, a tecnologia monitora em tempo real o conforto dos passageiros, evitando vibrações excessivas e melhorando a experiência de viagem. Outro ponto positivo é a capacidade do sistema de calcular um Índice de Segurança (IS) que aponta as áreas de maior risco, permitindo que as autoridades ferroviárias priorizem a manutenção nas regiões mais críticas. Para isso é utilizado um sinal de GPS para capturar a localização georreferenciada e a velocidade do trem nas áreas de risco.
Benefícios: custo acessível, fácil implementação e fortalecimento da indústria brasileira
O prof. Spinola destaca que a Escola Politécnica reúne especialistas e laboratórios capazes de desenvolver soluções conjuntas com a indústria e as instituições de fomento, como Fapesp, Finep, Embrapii, entre outras. O projeto de monitoramento da qualidade e segurança dos sistemas metro-ferroviários é um exemplo. Com um custo acessível e fácil implementação, esse sistema pode ser instalado em qualquer frota de trens, avaliar qualquer trecho da linha, e em diferentes condições de carga e velocidade, sem causar transtornos no tráfego. “Essa inovação representa um grande passo no uso de tecnologias para monitoramento em tempo real, ajudando a otimizar a manutenção e garantindo viagens mais seguras e confortáveis para os passageiros”, afirma o prof. Spinola.
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