Utilizando equipamento de ponta, pesquisadores analisam amostras de soro desses pacientes em busca de alterações que possam responder suas perguntas.
Uma equipe de pesquisadores da Escola Politécnica (Poli) da USP está participando de uma pesquisa do INCOR e da Faculdade de Medicina (FM) da USP que busca identificar quais são os marcadores, ou seja, as substâncias que estão presentes em pequenas quantidades no sangue, em amostras de soro coletados de pacientes que desenvolveram a forma mais grade da covid-19.Por dominarem a técnica de espectrometria de massas, estes pesquisadores que atuam no Laboratório de Dempster, no Departamento de Engenharia Química da Poli, foram convidados a participar de uma pesquisa que pretende identificar os marcadores plasmáticos, coordenada pelo professor do INCOR e da Faculdade de Medicina (FM) da USP, Edécio Cunha Neto. Os cientistas utilizam equipamentos de ponta capazes de detectar e identificar moléculas de interesse por meio da medição de sua massa molecular.
A pesquisadora do Dempster, Maria Anita Mendes, explica que o objetivo do estudo é entender as mudanças metabólicas que ocorrem no paciente para que seja possível entender melhor a ação do vírus no organismo , para que seja possível eventualmente desenvolver um tratamento específico para os indivíduos afetados a pela doença. “O metaboloma (conjunto de todos os metabólitos) de uma pessoa, encontrados em seus fluidos biológicos, como o soro, e saliva, urina ,contém informações que fazem parte da sua vida. O que você come, se você se exercita, o que bebe, tudo isso vira metabólito. Se identificamos os marcadores, sabemos que via está sendo alterada pela doença. Neste caso, estamos fazendo o estudo de metabólitos dos pacientes com covid-19, para tentar identificar algum marcador que indicaria uma evolução para um grau severo da doença”.
O Dempster está entre os 5 melhores laboratórios do País no método de espectrometria de massas, e as análises desenvolvidas por seus pesquisadores são utilizadas para identificar compostos em diversos materiais, como a água coletada em lagos e rios, e o material sorológico, como no caso desta pesquisa. e já contribuiu com pesquisas na odontologia, por exemplo. Os equipamentos são utilizados em parceria com outros grupos de pesquisadores que precisam entender, a fundo, as alterações apresentadas nos materiais que estão estudando. “A tecnologia te dá muitas possibilidades. Químicos, biólogos, bioquímicos, médicos podem utilizá-la, pois ela responde muitas perguntas, seja da área médica, ambiental, ou química. É muito vasto o que se pode fazer com esses equipamentos, e hoje é possível inclusive identificar microorganismos, o que torna esse processo muito mais rápido que outras técnicas. O tempo de análise pode ser de 2 ou 3 minutos”, explica a pesquisadora.
Maria Anita se especializa na utilização desta tecnologia desde o seu doutorado, ou seja, para coordenar a equipe de pesquisadores do Dempster, ela estuda o tema há mais de 20 anos, e acompanha o aprimoramento da técnica. Os equipamentos do laboratório chegam a custar 700 mil dólares, e foram adquiridos em parceria com agências de fomento ao longo do desenvolvimento das pesquisas. Para conhecer os detalhes do laboratório e de seus pesquisadores, acesse o link.
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