FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

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Time Minerva, formado por estudantes da Poli-USP, vence competição inédita voltada para a indústria 4.0

-Por Yasmin Araújo

Sediada no Ágora Tech Park, em Joinville, a competição desafiou grupos de estudantes a pensarem soluções em provas de programação de drones, robôs móveis autônomos, e inteligência artificial

Foto: Genara Rigotti

Organizado pela Associação Brasileira de Internet Industrial (ABII), a primeira edição do ABII Challenge aconteceu no último dia 16 de setembro. Competição voltada para a indústria 4.0, teve como grande vencedor o Time Minerva, formado por estudantes da Escola Politécnica (Poli) da USP, que foi premiado com o título na última prova da competição, que envolvia inteligência artificial. 

Composto por integrantes dos grupos de extensão Skyrats (Drones), Thunderatz (Robótica) da Poli e pelo Turing USP (Inteligência Artificial), os estudantes Poli se uniram a profissionais das empresas Embraer, Dexco, Marelo e Omron, e sob a orientação do professor do Departamento de Engenharia de Produção, Eduardo Zancul, disputaram três provas, das quais participaram, ao todo, 5 times integrados por 13 empresas e 5 Universidades.   

O professor Eduardo Zancul ressaltou o alto desempenho da equipe, e a isso atribui um conjunto de fatores relacionados à valorização da interdisciplinaridade e ao desenvolvimento de projetos universitários que impulsionam os estudantes a desenvolverem a habilidade de lidar com problemas complexos. 

 “A Escola Politécnica agrega competências de várias áreas como as demandadas nos desafios, temos uma forte cultura dos chamados grupos de extensão e essas equipes avançaram muito nos últimos 10 anos com o apoio do Amigos da Poli. Além disso, uma formação teórica com aplicação prática é fundamental para que os estudantes aprendam a resolver problemas complexos.”, detalha o docente. 

Foto: Arquivo Pessoal
Foto: Genara Rigotti

A prova de drones inaugurou a competição. O Minerva tinha a missão de fazer o aparelho disponibilizado pela ABII funcionar de forma autônoma, de maneira que o drone lesse os códigos que forneciam as informações, cumprisse o circuito de vôo no menor tempo possível e alcançasse um desafio final: fazer com que ele aterrissasse em um robô em movimento. 

Embora todos os times tenham pontuado, nenhum deles conseguiu executar o desafio proposto. O time da Poli ficou em segundo lugar na prova de estreia. “A prova de Drones do ABII Challenge foi bastante desafiadora”. Assim, Fernando Preto, estudante do quinto ano de engenharia elétrica e integrante dos Skyrats, lembrou dos obstáculos enfrentados pelos times durante a primeira etapa do desafio. 

Para ele, “fazer funcionar algoritmos complexos de posicionamento do drone agregou bastante na formação do grupo” e, alinhado com o orientador do time, Zancul, ainda levantou o intercâmbio de conhecimentos de diferentes áreas de engenharia como um fonte valorosa para tirar os projetos do grupo do papel. 

Os robôs móveis autônomos (AMRs) também tiveram uma emocionante prova na segunda etapa do ABII Challenge. Os times competiram com robôs cedidos pelas empresas Omron, Pollux  e Selettra Automação e Robótica. A  proposta da partida era programar os equipamentos para passar por portais antes de concluir o trajeto desenhado no mapa, isso no menor tempo somando as 5 baterias e com todos os robôs na mesma arena. O Minerva conquistou novamente o segundo lugar no pódio.

O estudante de engenharia da computação, Pedro Henrique Machado, integrante do grupo de robótica Thunderatz e líder da prova dos AMRs, destacou a experiência como um meio enriquecedor de se conectar com o futuro da tecnologia e com os conhecimentos adquiridos em sala de aula. 

“O desafio certamente abriu meus olhos quanto à cultura de inovação que tem surgido no Brasil, principalmente na área de automação e indústria 4.0, e me impulsionou a buscar soluções cada vez mais criativas e inovadoras, foi algo que se somou aos conhecimentos obtidos em sala de aula, um aprendizado totalmente prático”.

 

Foto: Genara Rigotti

A última prova, de inteligência artificial, foi decisiva para a vitória do Minerva nesta primeira edição do evento. Os times foram desafiados a criar um algoritmo que jogasse o tradicional jogo de tabuleiro War, havendo mínima interação humana. Com uma alta exigência de estratégia, cada time só tinha conhecimento de seu próprio objetivo, não tendo nenhuma informação a respeito dos objetivos dos demais grupos. 

“Nosso algoritmo jogou para conquistar seu próprio objetivo no tabuleiro e, ao mesmo tempo, bloquear as jogadas dos até então líderes do ranking. O War foi a prova perfeita para esse tipo de missão”, explicou Heitor Gama Ribeiro, estudante da engenharia da computação e líder da prova de inteligência artificial do grupo Turing USP

A partida foi finalizada após duas horas de jogo. Venceu o time com o maior número de territórios conquistados. Com os pontos adquiridos na prova, o Minerva assumiu a primeira colocação e conquistou o título de vencedor geral da competição.

“Participar do ABII Challenge, para mim, foi uma experiência única, foi extremamente motivador para continuar me aprofundando em Inteligência Artificial, além de ter servido como um primeiro projeto real, uma vez que acompanhei a resolução de variados tipos de problemas”, celebra Mariana Silva, estudante de engenharia da computação e integrante do grupo de inteligência artificial Turing USP. 

 

Foto: Genara Rigotti
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