FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

O transporte público interfere diretamente na qualidade de vida do passageiro. Pensando nisso, pesquisadores da USP realizam estudos para entender a realidade dos passageiros do transporte público de São Paulo. Os estudos são do Centro de Estudos da Metrópole (CEM), sediado na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP e apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), que reúne pesquisadores dedicados a estudar a dinâmica social e espacial do cenário urbano. Os artigos Measuring mobility inequalities of favela residents based on mobile phone data e Big data for big issues: Revealing travel patterns of low-income population based on smart card data mining in a global south unequal city foram publicados na plataforma ScienceDirect, em abril e outubro de 2021, respectivamente.

Uma das pesquisas é realizada pelo consultor e mestre em Engenharia de Transportes pela Escola Politécnica (Poli) da USP, Caio de Borthole Valente Pieroni, e utiliza o sistema de GPS e de bilhetagem eletrônica (de pagamento digital) para identificar diferentes grupos de passageiros e os associa a perfis sociais, de modo a compreender as formas de deslocamento entre as classes mais altas e baixas de São Paulo. 

Valente conta ao Jornal da USP que a ideia da pesquisa foi contribuir na discussão da mobilidade para a população mais vulnerável da cidade, residentes em assentamentos precários, em que a estrutura urbana enfrenta um descompasso espacial, com segregações residenciais de baixa renda associadas a políticas de transporte desvinculadas de uma perspectiva de equidade.

Com o mesmo objetivo, outro estudo, que conta com a participação André Leite Rodrigues, geógrafo e mestre em Engenharia de Transportes pela Poli, desenvolveu uma análise espacial e temporal de dados de telefones celulares e de geocodificação de dados do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e possibilitou a identificação de diferentes padrões nas viagens diárias dos moradores de favelas da capital paulista. Ambas as pesquisas sugerem métodos de entender a mobilidade urbana da população mais vulnerável, como forma de intervir e aprimorar o serviço de transporte público. 

“O tempo perdido nos transportes públicos pode afetar o desenvolvimento das pessoas, pois poderia ser usado para educação, lazer ou saúde”, afirma André Leite Rodrigues, geógrafo e mestre em Engenharia de Transportes pela Poli. E, para ele, mensurar os deslocamentos de maneira dinâmica é extremamente importante para um planejamento urbano que possibilite diminuir o tempo de deslocamento cotidiano. 

Leia a matéria do Jornal da USP na íntegra aqui.

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