Especialistas em direito digital e cibersegurança afirmam que o bloqueio do aplicativo Telegram em todo o Brasil, determinado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, pode não possuir um efeito prático já que não existem bases jurídicas que sustentem o bloqueio e que, mesmo com a suspensão dos serviços, o aplicativo poderia ser acessado pelos usuários por meio de mecanismos que ajudam a burlar esse tipo de impedimento.
Centro de polêmicas envolvendo a Justiça brasileira, o Telegram, que não possui representação no Brasil, costuma dificultar a colaboração com governos de diversos países.
“Tem jeitos de fazer e nenhum deles vai funcionar”, avalia Marcos Antônio Simplício Júnior, professor do Departamento de Engenharia de Computação e Sistemas Digitais da Escola Politécnica (Poli) da USP e especialista em cibersegurança. “O básico seria [bloquear] via DNS. Por que não funciona? Por que o usuário pode simplesmente trocar o servidor de DNS. Só usar um de fora do Brasil e vai conseguir voltar a utilizar”.
