FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

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O especialista discute sobre a qualidade do serviço público e maneiras de se implantar a Tarifa Zero, após reunião na Câmara Municipal de São Paulo

Em um país em desenvolvimento como o Brasil, não é possível realizar a remuneração apenas pela tarifa – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Mauro Zilbovicius, professor da Escola Politécnica (Poli) da USP, falou recentemente ao Jornal da USP sobre a reunião extraordinária da Subcomissão da Tarifa Zero, da Câmara Municipal de São Paulo, na qual foi prorrogada a votação do relatório. O especialista participou do encontro e acredita que hoje haja mais condições de se implantar a Tarifa Zero do que em 1990, quando o projeto foi apresentado pela primeira vez.

O professor afirma que a tarifa é um problema fundamental do serviço público e está no centro da discussão, envolvido nas questões como o saneamento básico e privatizações. Para  que o sistema de ônibus opere com qualidade, são definidos alguns indicadores — o número de veículos, o tempo de espera, a demanda e outros fatores — e isso independentemente do número de passageiros.

Além disso, ele discorre que, em um país em desenvolvimento como o Brasil, não é possível realizar a remuneração apenas pela tarifa, visto que, se aumentar demais o preço da passagem, a demanda será limitada e não terá passageiros suficientes para o sistema funcionar. E, concomitantemente, a tarifa muito baixa também não serve, porque, apesar de possuir alta procura, o sistema não será de qualidade para suprir a necessidade da população.

Finalizando, Mauro Zilbovicius desenvolve que a tarifa não é a única, nem a melhor forma de remunerar o sistema, visto que, durante a pandemia, a receita caiu e o custo se manteve — o que demonstra que os passageiros são a própria renda e não a despesa. Além do mais, ele diz que a Tarifa Zero não é uma questão política, e que diversos partidos, em diferentes municípios, estão aderindo a ela, porque chegaram à conclusão de que isso propicia um serviço melhor e mais barato. Confira o artigo na íntegra aqui.

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